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Movimento no Ceasa em Curitiba está abaixo do normal. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Movimento no Ceasa em Curitiba está abaixo do normal.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

A notícia de que o abastecimento de alimentos e combustíveis das cidades brasileiras foi prejudicado pelas manifestações de caminhoneiros provocou uma corrida por suprimentos, que pode agravar a escassez de produtos ao longo desta sexta-feira (24).

Houve atraso nos carregamentos de frutas e legumes no Ceagesp, de São Paulo, nos Ceasa (do Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Recife e Ribeirão Preto), e na Feira de São Joaquim, em Salvador.

Isso não significa, porém, que os estoques dos atacadistas, que adquirem esses alimentos, estão acabando, nem que os supermercados estejam todos com prateleiras vazias.

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Os estabelecimentos têm opções para minimizar a falta de estoque, como o uso de veículos pequenos para retirar alimentos dos Ceasa e o remanejamento de estoque entre lojas das mesmas redes, diz a Associação Paulista de Supermercados.

Combustíveis

Os combustíveis já se esgotaram em diversos postos devido a uma procura acima do comum dos consumidores. Os caminhões para repor gasolina, diesel e etanol não estão chegando para abastecer os postos na maioria dos estados, mas o aumento na demanda agrava o problema.

A reportagem procurou os sindicatos de postos de gasolina de todos os estados da federação nesta quinta-feira (24). Oito deles —TO, PR, SP, RJ, RS, SC, DF e MA— relataram que estão com estoque prestes a acabar nos postos devido a interrupções no transporte das distribuidoras.

“Com a corrida aos postos, a gasolina em São Paulo não tinha como durar mais que dois dias”, diz José Alberto Paiva Gouveia, presidente do Sincopetro, dos postos de São Paulo. “O primeiro produto a acabar é o etanol, que é o mais barato.”

Mais de 90% dos postos de combustíveis do Rio e de Salvador já estão secos, de acordo com as entidades locais.

Um dos efeitos é a redução da frota de ônibus urbanos, problema que já aflige São Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Rio e outras capitais. Na manhã desta sexta-feira, circulou 57% da frota de ônibus do município de São Paulo.

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A prática adotada por alguns postos de gasolina de aumentar preços em momentos de escassez e alta procura é considerada abusiva ao consumidor e deve ser denunciada ao Procon de cada estado.

Veja, abaixo, levantamento da Fecombustíveis (federação de postos) sobre situação em cada estado.

- Bahia: cerca de 90% dos postos de combustíveis em Salvador estão sem produto.

- Ceará: começa a ter faltas pontuais em alguns postos, com aumento da demanda de consumidores, mas, no geral, há combustíveis.

- Distrito Federal: mais de 90% dos postos de combustíveis sem produto.

- Espírito Santo: praticamente todos os postos sem produtos, principalmente gasolina.

- Mato Grosso: a grande maioria já registra falta de produtos.

- Minas Gerais: poucos postos ainda têm estoque de produtos para atender à demanda.

- Paraná: poucos postos em Curitiba ainda têm estoque para atender à demanda de consumidores.

- Rio de Janeiro: mais de 90% dos postos do município do Rio de Janeiro está sem produtos.

- Rio Grande do Sul: em Porto Alegre, não há mais produtos para atender à população. No interior, principalmente Passo Fundo e em Santa Maria ainda é possível encontrar combustíveis.

- Santos (SP) e região: mais de 90% dos postos sem produtos para atender à população na Baixada Santista e Vale do Ribeira.

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