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| Foto: Alan Santos/PR

O presidente Jair Bolsonaro concedeu nesta quarta-feira (23)  entrevista à Bloomberg, um dos maiores veículos de notícias econômicas do mundo. A conversa com o editor-chefe, John Micklethwait, ocorreu um dia após o discurso de abertura do Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça. Bolsonaro falou sobre temas como reforma da Previdência, aproximação com os Estados Unidos e as investigações sobre supostos desvios cometidos pelo filho, o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), durante o mandato como deputado estadual no Rio de Janeiro. Veja as principais declarações:

Primeiras medidas econômicas do governo

“Nós precisamos em primeiro lugar gerar confiança. Estas foram as primeiras medidas que adotamos ao escolher uma equipe de ministros bastante técnica. Então a bolsa de valores realmente ganhou pontos, o dólar caiu e as propostas, que você quer que sejam particularizadas agora, infelizmente ainda não estão no ponto final, no ponto de serem apresentadas, mas passam pela reforma da Previdência, aumentando a idade para se aposentar, como sendo o ponto mais importante da mesma. É também uma simplificação tributária. E fazer com que o Brasil deixe de ser um dos países mais difíceis e complexos para se fazer negócios. Essa desburocratização, essa desregulamentação passam pelas propostas da equipe econômica, que estão na iminência de serem apresentadas a todos vocês.”

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Militares e a reforma da Previdência

“[Os militares vão entrar] Na segunda parte da reforma, sim. Existe uma particularidade: os militares não têm previdência. É um outro nome que se dá no Brasil a isso aí. Os militares têm uma vida profissional muito diferente dos servidores civis. Nós, na verdade, trabalhamos pelo menos 50 por cento a mais por semana que os demais servidores.”

O que será privatizado

“Estatais improdutivas estarão na linha de frente dessa privatização. E tenho que falar também que, na questão estratégica, deveremos ter muito cuidado nas privatização. Mas grande parte das nossas estatais passará à iniciativa privada.”

Futuro do Mercosul

“O Mercosul começou muito bem. Depois, quando o PT chegou ao governo, o comércio passou a vigorar levando-se em conta a questão ideológica. E isso atrasou muito o Brasil. Nós iniciamos uma conversa agora com a Argentina, que vai gerir o Mercosul neste primeiro semestre, e superficialmente com o Paraguai e o Uruguai. Queremos modernizar o Mercosul.”

Proteção do meio ambiente

“Primeiro, há uma ideia distorcida sobre a questão ambiental no Brasil. O Brasil é o país que mais preserva suas florestas e que mais preserva o meio ambiente. A nossa agricultura, por lei e de acordo com a região do Brasil, o proprietário rural é obrigado a preservar de 20 a 80 por cento de sua propriedade, sem qualquer ônus para o governo federal. Em grande parte, isso vem sendo respeitado. Pretendemos manter isso aí.”

Aborto e ideologia de gênero

“Eu sou cristão, acredito em Deus, no que depender de mim, nenhuma iniciativa favorável ao aborto será apresentada no parlamento. Se o parlamento resolver por maioria aprovar um projeto deles, eu veto e, se o parlamento derrubar o veto, nós vamos respeitar a lei na questão do aborto. Na questão de gays: em 2010 nós tomamos conhecimento de uma agenda que visava levar para as escolas, para crianças a partir de seis anos de idade, através de filmes, livros e cartazes, cenas de crianças se erotizando com outras crianças. Então nós trabalhamos duramente contra o que se chama no Brasil de ideologia de gênero, para fazer com que na escola então a criança não tivesse, repito, criança com seis anos de idade, não tivesse esse tipo de informação. Nada tenho contra gays, tenho muitos amigos gays, sem problema nenhum.”

Caso Queiroz e Flávio Bolsonaro

“O caso do meu filho só está tendo essa repercussão no Brasil porque é o meu filho. As questões mais importantes a respeito dele, sobre a compra de um milhão de títulos na Caixa Econômica, foi comprovado que não foi ele quem comprou, foi a Caixa que comprou numa transação de apartamento. E outra comprovação, 28 empréstimos de dois mil reais, quinhentos dólares. É que o banco aceita até esse limite. E foi comprovado de um recurso que ele pegou da venda de um imóvel também. Repito: em grande parte é por ele ser o meu filho. Agora se por ventura ele vier a errar, se for comprovado, lamento como pai, mas vai pagar aí o preço dessa tua ação que nós não podemos coadunar.”

Por que um discurso tão curto

“Alguns reclamaram que meu pronunciamento foi curto, por ocasião da abertura dos trabalhos, sete minutos apenas, quando teria 30. Mas é melhor falar sete, ser objetivo e conciso, do que falar 30 e ficar no vazio. Então os jornalistas sérios entenderam meu pronunciamento e apoiaram essa maneira de nós agirmos. Nós queremos um acordo realmente, um tratamento também respeitoso por parte de todos.”

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