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Ciro Gomes (PDT) estava com a língua afiada nesta segunda-feira (18), quando participou de fórum com presidenciáveis e de sabatina | Miguel Schincariol/AFP
Ciro Gomes (PDT) estava com a língua afiada nesta segunda-feira (18), quando participou de fórum com presidenciáveis e de sabatina| Foto: Miguel Schincariol/AFP

Nesta segunda-feira (18), alguns pré-candidatos à Presidência da República deram entrevistas à imprensa e aproveitaram as ocasiões para falar sobre a corrida eleitoral. E também para cutucar opositores. Ciro Gomes (PDT) foi quem esteve com a língua mais afiada, chamando um vereador negro do MBL de “capitãozinho do mato” , e prometendo baixar o preço do litro da gasolina para R$ 3,00.

Enquanto isso, Aldo Rebelo (Solidariedade) chamou de “lendária” a versão de Jair Bolsonaro (PSL) sobre papel no Exército no impeachment de Dilma Rousseff (PT).Já Bolsonaro e Marina Silva (Rede) aproveitaram o dia para falar, entre outras coisas, sobre alianças – ou melhor, a falta delas até o momento.

Confira as declarações e polêmicas envolvendos os pré-candidatos à Presidência nesta segunda-feira:

Ciro e sua língua afiada: “capitãozinho do mato” e redução do preço da gasolina

A maior polêmica do dia foi protagonizada por Ciro Gomes. O pré-candidato à Presidência pelo PDT chamou o vereador de São Paulo Fernando Holiday (DEM) de “capitãozinho do mato” em entrevista à Rádio Jovem Pan na manhã desta segunda-feira. “Imagina, esse Fernando Holiday aqui. O capitãozinho do mato, porque é a pior coisa que tem é um negro que é usado pelo preconceito para estigmatizar, que era o capitão do mato do passado”, declarou ao ser questionado sobre uma aliança com o DEM em torno de sua candidatura ao Planalto.

O vereador – que é negro, homossexual e integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) – reagiu nas redes sociais e disse que processará Ciro por injúria racial. “Agora é na Justiça! Holiday processará civil e criminalmente Ciro Gomes por injúria racial!”, declarou no Facebook.

Ciro também prometeu baixar o preço do litro da gasolina para um patamar de R$ 2,80 a R$ 3,00. Para isso, ele propôs desatrelar o preço do petróleo do mercado internacional, que seria “especulativo”, estabelecendo uma cotação brasileira.

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Durante o fórum de presidenciáveis realizado pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), em São Paulo, Ciro disse que o economista Paulo Guedes, um dos coordenadores de campanha do também pré-candidato Jair Bolsonaro, é um “liberal tosco de Chicago que abomina subsídios”.

A alfinetada em Guedes se deu no contexto da defesa, pelo pré-candidato, de um novo projeto nacional desenvolvimentista. “Com um estado forte, mas não gordo”, disse Ciro. “Isso não ocorrerá se ficarmos no mito que o setor privado vai reverter tendências sem uma parceria estratégica com o estado”, completou.

Já em sabatina realizada pela rádio Jovem Pan na manhã desta segunda, Ciro Gomes atacou o mercado financeiro. Ciro disse que o mercado se assume como representante da indústria, da produção, da agricultura, da construção civil, do comércio, “mas, não é”. “O mercado é um grupo pequeno de barões que domina a economia brasileira, com especulação.”

Bolsonaro: “Militares ajudaram a garantir o impeachment”

Durante palestra no fórum de presidenciáveis na Unica, Jair Bolsonaro chegou a dizer que os militares ajudaram a garantir o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016. Ele afirmou que tem informações de que a presidente, na época, tinha rascunhado um decreto do estado de defesa no país e provocado reações no Exército.

Na versão de Bolsonaro, Dilma teria recebido informações do então ministro da Defesa, Aldo Rabelo, de que o Exército não aceitaria o suposto decreto planejado pelo governo. Segundo ele, “algo de anormal tinha que acontecer para ser decretado o estado de defesa” e o comandante da Força Nacional de Segurança teria pedido demissão no meio do processo de impeachment.

“Então no Exército, pelo que eu levantei, fiquei sabendo, o comandante não aceitaria o estado de defesa no Brasil artificial”, comentou. O deputado não esclareceu, no entanto, como o Exército teria influenciado o impeachment nesse cenário.

Bolsonaro declarou ainda, após participar do fórum, que seria um “esculacho” se o Supremo Tribunal Federal (STF) concedesse liberdade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba e condenado na Operação Lava Jato. “No meu entender, seria um esculacho da Justiça Brasileira colocar em liberdade o senhor Lula.” A Segunda Turma do STF deve julgar um novo pedido de liberdade da defesa do petista.

O candidato do PSL declarou, ainda, que deve ir para a disputa eleitoral sem o apoio formal de nenhum outro partido, já que nenhuma legenda tem lhe procurado para compor uma chapa. “Por enquanto nenhum, eu duvido que me procurem. Mas se quiserem me procurar na frente de vocês (jornalistas), eu posso fechar um acordo com qualquer partido”, disse o deputado, respondendo em seguida que o PSL “está sozinho” nas eleições.

Aldo Rebelo: “Versão de Bolsonaro sobre impeachment é lenda”

Aldo Rebelo, pré-candidato a presidente pelo Solidariedade, classificou como “lenda” o comentário do deputado Jair Bolsonaro (PSL) sobre a participação do Exército no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 2016. Segundo Rebelo, que foi ministro da Defesa de Dilma, a petista nunca considerou a possibilidade de decretar um estado de defesa no país.

Marina fala de crise e sobre seu vice

Marina Silva, pré-candidata da Rede, também esteve no fórum da Unica. Ela afirmou que o país não vai resolver a crise com “passe de mágica, mas com decisões políticas”. Ela repetiu que pretende governar com “os melhores de todos os partidos”. “Composição do governo não será com fisiologismo, mas com visão programática.”

A pré-candidata à Presidência da Rede também afirmou que não conversou com o presidente do PPS, Roberto Freire, sobre a possibilidade de ele ser seu vice. O nome de Freire foi levantado pelo senador Randolfe Rodrigues (RR) neste fim de semana, assim como o nome do ex-presidente do Flamengo, Bandeira de Mello.

“Qualquer discussão de nome, nós nunca colocamos à frente do programa, mas obviamente que todas as pessoas que o senador Randolfe, tanto o nome do Bandeira quanto o nome do Roberto são pessoas de maior credibilidade na sociedade. Mas não tive conversa com nenhum deles especificamente.”

Alckmin defende reformase ajuste fiscal

Já o pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin, defendeu a urgência das reformas, principalmente a tributária, e celebrou o avanço da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), que deve ser regulamentada pelo próximo governo que assumir em 2019.

Durante fórum realizado nesta segunda-feira pela Unica, o tucano lembrou que São Paulo foi o estado pioneiro a apoiar o projeto do setor sucroenergético e afirmou que um dos benefícios do projeto é ajudar a reduzir a importação de gasolina pelo Brasil. “É um setor estratégico do nosso país”, elogiou.

Em relação ao seu projeto para governar o país, Alckmin disse que é possível voltar a crescer de novo entre 4% e 5% de maneira sustentável e que a questão é quais medidas devem ser feitas para se alcançar isso. “Questão do ajuste fiscal é para ontem”, disse.

“Minha proposta para 1.º de janeiro é para todas as reformas do Congresso Nacional”, completou. Ele elencou quatro reformas: política, tributária, previdenciária e de Estado e defendeu questões como o voto distrital e redução do número de partidos.

“Ninguém está satisfeito com 35 partidos no país. Nós não temos 35 ideologias, são pequenas e médias empresas mantidas com dinheiro público vergonhosamente”, disse.

Ele afirmou que estará no segundo turno eleitoral. “Não se impressione com pesquisa eleitoral fora de hora, para isso existe campanha”, afirmou. “Não acho que serei único candidato do centro, mas o número vai diminuir”, falou também sobre a corrida.

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