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Haddad (foto) não vem mais a Curitiba visitiar Lula, após 5 encontros consecutivos | Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Haddad (foto) não vem mais a Curitiba visitiar Lula, após 5 encontros consecutivos| Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

Depois de visitar o ex-presidente Lula por 16 vezes, sendo cinco encontros consecutivos como candidato oficial do PT à Presidência da República, Fernando Haddad não vem a Curitiba (PR) nesta segunda-feira (15). O presidenciável divulgou sua agenda oficial do dia e não incluiu a tradicional visita a Lula, que está preso desde abril na sede da carceragem da Polícia Federal, na capital paranaense.

Haddad tinha por hábito visitar Lula na cadeia toda segunda-feira. Ele repetiu a visita por 16 vezes, incluindo o período de pré-campanha e de quando o ex-prefeito era o vice na chapa petista ao Planalto. O último encontro aconteceu em 8 de outubro, a segunda-feira depois do primeiro turno da eleição, que confirmou os nomes de Jair Bolsonaro (PSL) e Haddad no segundo turno.

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Segundo a agenda do candidato petista, durante esta manhã ele vai dar duas entrevistas a rádios de São Paulo e participar de uma coletiva de imprensa em um hotel da capital paulista. Às 18 horas, participará de um ato em homenagem ao dia dos professores, também em São Paulo. Já Manuela D’Ávila (PCdoB), candidata a vice na chapa, estará presente em um ato em Porto Alegre (RS).

Haddad não é mais Lula

A não vinda a Curitiba faz parte da estratégia petista de tentar desvincular a imagem de Haddad do ex-presidente. Neste segundo turno, a campanha petista trocou de cores, de imagem de divulgação, de música e de slogan. 

Saiu o tradicional vermelho e entrou o verde, amarelo e azul nos materiais de campanha. Lula, que sempre aparecia nas imagens de divulgação junto com Haddad e Manuela, foi excluído das montagens. O jingle oficial não fala mais em “fazer o Brasil feliz de novo”, remetendo aos governos petistas anteriores. E a frase “Haddad é Lula” também foi descartada. Agora, aparece “Presidente Haddad”.

A intenção do partido é mostrar ao eleitor quem é Fernando Haddad e fazer ele assumir o protagonismo da campanha, até então presente na figura de Lula. No primeiro turno, o nome do ex-presidente era sempre citado por Haddad e, por muito tempo, o partido insistiu na tese de Lula candidato, mesmo após ele ter sido barrado pela Justiça Eleitoral na madrugada de 1.º de setembro, com base na Lei da Ficha Limpa.

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O PT também quer acabar com a imagem de que é Lula quem vai mandar caso Haddad vença as eleições. Por isso, as visitas também foram interrompidas, já que o ex-prefeito de São Paulo vinha toda segunda-feira para receber orientações do líder do partido. 

Outro objetivo com a mudança de posicionamento é mostrar um Haddad “conciliador” e aproximá-lo do centro. O plano de governo do PT é considerado radical pelo mercado, pois tem inúmeras propostas estatizantes e polêmicas, como a convocação de uma Assembleia Constituinte. O petista já demonstrou que pode recuar de algumas dessas ideias, como a da própria Constituinte. “Revimos nosso posicionamento”, afirmou o ex-prefeito em entrevista ao Jornal Nacional na segunda-feira passada (8) ao ser questionado sobre alterar a Constituição.

Indulto 

Sobre o possibilidade de indulto a Lula, Haddad voltou a afirmar que isso não é o que o ex-presidente deseja. “Ele não pede. É engraçado vocês me pedirem para me posicionar sobre algo que o presidente não está pedindo. Ele está pedindo um julgamento justo”, disse Haddad, em entrevista publicada no domingo (14) pelo jornal El País.

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Ele acrescentou que “a maioria vê uma fragilidade enorme” no processo sobre o ex-presidente. Lula foi condenado em primeira e segunda instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso triplex do Guarujá (SP), no âmbito da Operação Lava Jato.

 

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