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Fernando Haddad, em primeiro plano, e Manuela D’Avila, sua vice se a impugnação de Lula for confirmada. | Evandro Eboli    /    Gazeta do Povo
Fernando Haddad, em primeiro plano, e Manuela D’Avila, sua vice se a impugnação de Lula for confirmada.| Foto: Evandro Eboli / Gazeta do Povo

Se é que restava alguma dúvida, Fernando Haddad está bem longe de ser um Luiz Inácio Lula da Silva, que lançou candidatura e teve pedido de impugnação em menos de cinco horas. Essa diferença ficou clara nesta quarta quando o ex-prefeito discursou na frente do TSE, no ato realizado pelo PT. No palanque, falta muito cacoete de Lula para Haddad.

Ele foi o último a discursar e foi muito bem recebido pela militância, mas não com o mesmo fervor dispensado a ex-presidente Dilma Rousseff, que falou antes de Haddad. Usando uma camisa social e blazer, o petista teve uma incumbência nobre para a plateia que estava ali: coube a ele ler uma carta de Lula. Mas faltam traquejo, presença, carisma e o tom devido de um discurso. 

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Nada que o impeça de ir ao segundo turno da disputa, com a provável impugnação de Lula. Mas vai dar trabalho, ao que tudo indica. Assumido "segundo poste" de Lula - quando se elegeu prefeito de São Paulo -, Haddad terá que melhorar seu desempenho de comunicação para se tornar o "terceiro poste" do maior líder petista. 

O ex-prefeito leu uma nova "Carta aos brasileiros", assinada por Lula. O ex-presidente diz que não quer favor, só que a justiça seja feita. 

"Sabemos que há uma armação contra Lula. Foi um processo em que não foi comprovado nenhum crime. Mas eles tinham um problema: como iam resolver 2018 com Lula solto? Não pretendemos arredar pé das ruas até reconduzir Lula ao Planalto" - destaca trecho da carta lida por Haddad. 

Um forte esquema de segurança do PT conduziu o trio Dilma, Haddad e Manuela D`Ávila, do PCdoB e que será a vice se Lula for impugnado, até o caminhão de som utilizado como palanque. Eles ainda acompanharam o registro da candidatura do ex-presidente no protocolo do tribunal. 

Dilma aproveitou seu discurso e atacou, de uma só vez, Jair Bolsonaro e os tucanos e senadores mineiros Aécio Neves e Antônio Anastasia. Aécio vai disputar uma vaga para Câmara e Anastasia concorrerá ao governo de Minas Gerais. Sobre Bolsonaro: 

"Criaram uma candidatura de extrema direita. Um candidato que deseja a morte de uma pessoa suspeita. Mata! Defende a tortura e a ausência de direitos para nós mulheres" - disse a petista. 

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E na sequência atacou os mineiros: "Sou senadora candidata por Minas Gerais. Vou lutar contra os dois golpistas principais e derrotá-los mais uma vez". 

Anastasia foi relator da Comissão do Impeachment no Senado e deu parecer pela perda de seu mandato. 

De 5 a 50 mil petistas

Os petistas excessivamente otimistas, como a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, contabilizou 50 mil petistas no evento. Outros, mais realistas, falavam em 10 mil. A Polícia Militar estimou entre 3 mil a 5 mil pessoas presentes. 

Nessa claquete petista estavam centenas de sem-terra, servidores da Câmara que trabalham em gabinetes de parlamentares da legenda e simpatizantes do PT de uma maneira geral. Lurian Cordeiro da Silva, filha de Lula, estava presente.

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Ela ajudava na organização do evento e atuou auxiliando a segurança a abrir espaço a passagem de Manuela e Haddad até os carros. Abordada pela Gazeta do Povo, ela preferiu não dar entrevista. 

"Tenho orientação de não dar entrevistas" - disse Lurian, que acompanhava uma caravana de Maricá (RJ), onde vive. 

No final, projeções a laser com as inscrições "Lula livre", "Somos Lula" e o rosto do petista eram exibidas no prédio do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que fica ao lado do TSE.

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