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Após a oficialização dos candidatos a presidente, a campanha eleitoral vai começar para valer. Os concorrentes usarão todas as armas que têm à disposição para chegar ao segundo turno. O arsenal que cada um dos concorrentes têm à mão, contudo, é muito diferente entre eles. E alguns nomes que hoje não estão bem colocados nas pesquisas dispõem de artilharia bem mais pesada do que adversários mais à frente. Mas, então, quais são os candidatos mais poderosos desta eleição?

A Gazeta do Povo elencou, dentre os principais presidenciáveis, quem tem mais poder de fogo nas quatro principais armas eleitorais: popularidade, dinheiro para fazer campanha, tempo de propaganda eleitoral no rádio e na TV e seguidores nas redes sociais. E, por fim, na média de todas as armas, a reportagem estima qual candidato tem o arsenal mais poderoso. 

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Uma observação: a Gazeta do Povo incluiu Fernando Haddad (PT) como um dos principais presidenciáveis porque, embora ele seja vice de Lula, existe uma grande possibilidade de que o ex-prefeito de São Paulo venha a substituir o ex-presidente na cabeça de chapa. Afinal, Lula está inelegível por ter sido condenado na segunda instância judicial.

Popularidade

A popularidade é o principal capital de um candidato. Afinal, ela costuma se traduzir diretamente em votos. Além disso, quanto mais eleitores pretendem votar em um concorrente, maior é a probabilidade de que ele venha a ter cabos eleitorais voluntários que indiquem seu nome para colegas e parentes (o boca a boca é uma das melhores formas de propaganda). Todas as outras armas eleitorais são usadas pelos políticos para aumentar sua popularidade e/ou diminuir a dos concorrentes.

A forma tradicional de se medir popularidade durante uma campanha são as pesquisas eleitorais. O levantamento mais recente desta corrida presidencial, da XP/Ipespe, divulgado no última sexta-feira (3), mostra que o ex-presidente Lula (PT) é o mais popular, seguido por Jair Bolsonaro (PSL). 

1. Luiz Inácio Lula da Silva (PT): 31%

2. Jair Bolsonaro (PSL): 19%-22%

3. Marina Silva (Rede): 8%-11%; e Geraldo Alckmin (PSDB): 9%-10%

5. Ciro Gomes (PDT): 7%-10%

6. Alvaro Dias (Podemos): 4%-5%

7. Fernando Haddad (PT) e Henrique Meirelles (MDB): 2% 

Obs.: alguns concorrentes aparecem com dois porcentuais porque a XP/Ipespe mediu cenários com Lula ou Haddad como candidato do PT e esses concorrentes tiveram resultados diferentes nessas duas simulações. A Gazeta do Povo optou por assinalar um empate entre Marina e Alckmin porque o resultado médio dos candidatos nos dois cenários foi igual.

Metodologia: a pesquisa, realizada pelo Instituto Ipespe, foi encomendada pela corretora de investimentos XP. O levantamento foi feito por telefone, entre os dias 30 de julho e 1.º de agosto, e ouviu 1 mil pessoas em todas as regiões do país. A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos. O intervalo de confiança é de 95,45%, o que significa que, se o questionário fosse aplicado mais de uma vez no mesmo período e sob mesmas condições, esta seria a chance de o resultado se repetir dentro da margem de erro estabelecida. O levantamento está registrado no TSE pelo código BR-06820/2018. A pesquisa foi encomendada pela XP e realizada pelo Ipespe.

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Dinheiro para campanha

Dinheiro é essencial para fazer campanha eleitoral – seja para custear a propaganda eleitoral, pagar cabos eleitorais, bancar viagens do candidato, encomendar pesquisas que indicam qual a melhor estratégia a seguir. Candidatos mais ricos, portanto, têm mais condições de conquistar um número maior de votos.

Ainda é prematuro estimar exatamente quanto cada presidenciável terá no bolso para gastar. Mas uma coisa é certa: a campanha terá de ser custeada basicamente com dinheiro público depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu doações de empresas para campanhas. E, nesse caso, é possível saber quais são os candidatos que estão nas coligações mais poderosas de acordo com a divisão do Fundo Eleitoral público – que será a principal fonte de financiamento eleitoral em 2018.

Nesse caso, há um seleto clube das centenas de milhões de reais: são os partidos que integram as chapas de Alckmin, Lula (ou Haddad) e Meirelles. O que chama atenção nessa lista é o abismo financeiro que separa essas candidaturas das dos demais concorrentes.

1. Coligação de Alckmin: R$ 824,4 milhões

2. Coligação de Lula e Haddad: R$ 273,4 milhões

4. Coligação de Meirelles: R$ 252,2 milhões

5. Coligação de Alvaro Dias: R$ 83,4 milhões

6. Coligação de Ciro: R$ 73,8 milhões

7. Coligação de Marina: R$ 35,2 milhões

8. Coligação de Bolsonaro: R$ 12,3 milhões

Obs.: A verba do Fundo Eleitoral é destinada a cada partido de acordo com sua representatividade no Congresso. Os montantes descritos acima se destinam a todos os candidatos a todos os cargos dos partidos que compõem a coligação. Desse modo, nenhum dos presidenciáveis, sozinho, terá a sua disposição os valores elencados nesta reportagem. De qualquer modo, os números indicam o poder econômico dessas coligações. 

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Tempo de rádio e TV

Analistas afirmam que, a cada eleição que passa, a propaganda eleitoral no rádio e na televisão perde relevância para a internet. Mas ela ainda é importante numa campanha. Diferentes estudos indicam que algo entre 33% e 42% dos brasileiros ainda não têm acesso à web. Para falar com esse eleitorado, a TV e o rádio são fundamentais.

Nesse sentido, ter mais tempo de propaganda eleitoral é uma arma eleitoral poderosa, seja no programa eleitoral em bloco (exibido duas vezes ao dia) ou nos comerciais de 30 segundos inseridos no meio da programação das emissoras. Alckmin, nesse quesito, está muito à frente dos demais.

1. Alckmin: 62,03 inserções diárias; 5 minutos e 32 segundos em cada bloco do programa eleitoral

2. Lula e Haddad: 26,57 inserções diárias; 2 minutos e 22 segundos no bloco

4. Meirelles: 21,59 inserções diárias; 1 minuto e 55 segundos no bloco

5. Alvaro e Ciro: 7,52 inserções diárias; 40 segundos no bloco

7. Marina: 4,01 inserções diárias; 21 segundos no bloco 

8. Bolsonaro 1,66 inserção diária; 9 segundos no bloco

Obs.: o cálculo do tempo de rádio e TV foi feito pela Gazeta do Povo com base nos critérios usados pela Justiça Eleitoral, que ainda não oficializou a divisão da propaganda eleitoral. Os números das inserções são a média que o candidato terá por dia de campanha; por isso estão quebrados.

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Seguidores nas redes sociais

A importância da internet na difusão de informações vem crescendo. Portanto, candidatos que conseguem atingir mais pessoas na web têm maiores chances de conquistar votos. Nesse ponto, Bolsonaro é, disparado, o campeão no número de seguidores nas duas principais redes sociais usadas pelos políticos: o Facebook e o Twitter.

1. Bolsonaro: 5,5 milhões de seguidores no Facebook e 1,23 milhão no Twitter

2. Marina: 2,2 milhões seguidores no Facebook e 1,87 milhão no Twitter

3. Lula: 3,5 milhões de seguidores no Facebook e 377 mil no Twitter

4. Alckmin: 910 mil seguidores no Facebook e 967 mil no Twitter

5. Alvaro: 1,1 milhão de seguidores no Facebook e 351 mil no Twitter

6. Haddad: 344 mil seguidores no Facebook e 599 mil no Twitter

7. Ciro: 315 mil seguidores no Facebook e 186 mil no Twitter

8. Meirelles: 193,8 mil seguidores no Facebook e 51,7 mil no Twitter

Obs.: a posição dos candidatos no ranking foi elaborada de acordo com a soma dos seguidores nas duas redes sociais.

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Os arsenais mais poderosos

É difícil estabelecer exatamente qual é o peso de cada arma numa campanha eleitoral. Mas é possível especular usando, por exemplo, a média da posição de cada candidato nos quatro critérios estabelecidos. Nesse caso, o concorrente cuja média estiver mais próximo de 1 é o mais poderoso. E, por meio desse critério, Lula é o concorrente mais forte, seguido de Alckmin e Haddad.

1. Lula: média de 2,00

2. Alckmin: média de 2,25

3. Haddad: média de 4,25

4. Bolsonaro e Marina: média de 4,75

6. Alvaro Dias: média de 5,25

7. Ciro e Meirelles: média de 5,75

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