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| Foto: Evaristo Sa/AFP

Do leito do hospital onde está internado, em São Paulo, o candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) insistiu na tese de risco de fraude nas urnas eletrônicas, o que, segundo ele, irá beneficiar o PT. E disse que há possibilidade de burla até mesmo nas eleições proporcionais, fazendo um alerta aos amigos que tentam a reeleição na Câmara.

No pronunciamento de 20 minutos que fez pela internet, no domingo (16), Bolsonaro citou alguns parlamentares mais próximos, como o Delegado Waldir (PSL-GO), o Delegado Éder Mauro (PSD-PA) e o Ônyx Lorenzoni (DEM-RS), que poderiam ser prejudicados.

Mas um retrospecto eleitoral mostra que Bolsonaro e sua turma não tem o que reclamar das urnas eletrônicas. Nesse sistema, ele e parte de seus aliados são "campeões de voto". O capitão do Exército mesmo foi o deputado mais votado do Rio de Janeiro em 2014, com mais de 464 mil votos. De seus sete mandatos na Câmara, Bolsonaro foi eleito cinco vezes já sob a égide da urna eletrônica.

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Na última eleição para a Câmara, o grupo ligado ao presidenciável do PSL elegeu dez parlamentares entre os mais votados, sendo seis deles, incluído Bolsonaro, em primeiro lugar. Éder Mauro, no Pará; Delegado Waldir, em Goiás; Esperidião Amin (PP-SC); Luiz Carlos Heinze (PP-RS); e Alberto Fraga (DEM-DF) foram os aliados e amigos que terminaram também a corrida para a Câmara em primeiro lugar nos seus estados. No grupo de bolsonaristas bem votados existe ainda dois vice-campeões: Pastor Eurico (Patriota-PE) e João Rodrigues (SD-SC).

Nesta segunda-feira (17), o novo presidente do STF, Dias Toffoli, que já presidiu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), disse que as urnas eletrônicas são "totalmente confiáveis" e lembrou que Bolsonaro já se elegeu com elas.

A presidente do TSE, ministra Rosa Weber, não se manifestou sobre os ataques de Bolsonaro ao risco de fraude e sua associação ao PT. O tribunal, entretanto, veicula em suas redes sociais uma peça na qual assegura que a urna é segura e que é protegida por mais de 30 camadas de segurança.

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"A urna eletrônica não se conecta à internet, evitando fraudes por acesso remoto. Os dados das eleições são transmitidos, de maneira segura, por uma rede de uso exclusivo da Justiça Eleitoral. Segurança nunca é demais quando se trata do seu voto", diz a mensagem, lida por um locutor, na propaganda do TSE. 

“Pode haver fraude sim”, diz deputado citado por Bolsonaro na live

Citado por Bolsonaro como um defensor da aprovação do voto em cédula na Câmara, nesta legislatura, o deputado Esperidião Amin concorda que a urna eletrônica é passível de fraude. 

"Acho, no mínimo, discutível essa história. Não concordo com o argumento do Ministério Público, que vetou a cédula impressa, que esse tipo de voto compromete o sigilo. Concordo com o Bolsonaro na manifestação de que esse sistema não é ‘auditável’. E ser auditada antes do pleito, como diz a Justiça Eleitoral, não interessa. Tem que ser depois. Não tenho dúvida que pode haver fraude sim", disse Amin à Gazeta do Povo. 

Na live de domingo, Bolsonaro afirmou que o PT "aparelhou" o TSE, mas não os ministros, "pois esses não entendem de informática". O candidato estava se referindo a técnicos do tribunal.

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