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| Foto: APU GOMES/AFP

Em 2008 , a Receita Federal investigou o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) por ocultação de patrimônio da Justiça Eleitoral. O procedimento foi determinado após denúncia da advogada Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidenciável.

Apesar da denúncia , a Receita não conseguiu encontrar “respaldo documental” que comprovasse os fatos, segundo fontes ouvidas pelo Grupo Estado.

A investigação, no entanto, foi feita apenas com base nos dados apresentados pelo deputado em sua declaração de Imposto de Renda e nos bens registrados em nome de Bolsonaro. Ou seja, não foram averiguados outros bens em nomes de terceiros que seriam de propriedade do deputado, como é comum em casos de ocultação de patrimônio.

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De acordo com reportagem publicada pela revista Veja, Ana Cristina acusou o presidenciável, entre outras coisas, de ocultar da Justiça Eleitoral patrimônio e de receber pagamentos não declarados em uma ação aberta em 2008 na 1.ª Vara de Família do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Bolsonaro, segundo a ex-mulher, não teria informado ter bens que somam R$ 7,8 milhões.

Segundo fontes da Receita, o órgão abre anualmente investigação para apurar a evolução patrimonial de Bolsonaro e de outros contribuintes considerados “politicamente expostos”, que declararam bens acima de um valor relevante (que não é divulgado).

Patrimônio compatível

Em uma dessas investigações, as denúncias feitas pela ex-mulher de Bolsonaro foram levadas em conta, mas nada foi encontrado. Nos últimos anos, a Receita concluiu ainda que a variação no patrimônio declarado pelo deputado é compatível com a sua renda.

Um técnico do órgão ressaltou ao Grupo Estado, porém, ser comum essas investigações de políticos concluam que a declaração é compatível com a renda porque, nos casos dos fraudadores, os bens comprados de forma irregular são escondidos do Fisco, sendo registrados em nomes de terceiros ou mantidos no exterior.

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Outros políticos envolvidos em irregularidades recentemente também passaram por este pente-fino da Receita, como o deputado cassado Eduardo Cunha (MDB-RJ), por exemplo. Também nesses casos, a Receita concluiu que não existiam irregularidades em suas declarações e, mais tarde, investigações mais aprofundadas mostraram que eles tinham um patrimônio não declarado ao Fisco, fruto de corrupção.

De acordo com a Procuradoria-Geral da República, na esfera eleitoral, deixar de prestar a íntegra das informações numa declaração de bens não é crime porque se trata de uma autodeclaração - não tem validade jurídica como prova.

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