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| Foto: CARL DE SOUZA/AFP

Oficializado como candidato a presidente do Brasil, o deputado federal Jair Bolsonaro repetiu neste domingo (22) um gesto que causou polêmica nos últimos dias, mas que ele particularmente deu de ombros. Durante a convenção do PSL, Bolsonaro posou para fotos segurando crianças no colo que simulavam uma arma de fogo com os dedos da mão. O presidenciável é favorável à liberação geral e irrestrita do porte de armas a civis.

Na véspera do evento, em entrevista ao jornal O Globo, desdenhou das críticas dirigidas a ele por causa da repercussão de um vídeo publicado na sexta-feira (20) em que ele aparece ensinando uma menina, em Goiânia, a fazer o gesto de uma arma com as mãos. “Chega de frescura, quando eu era criança brincava de arma o tempo todo. Nas favelas, tem gente de fuzil por todo o lado”, afirmou.

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No sábado (21), Bolsonaro apareceu em um evento com militares no bairro de Deodoro, na zona oeste do Rio de Janeiro, posando com outra criança no colo fazendo o sinal de uma arma com os dedos indicador e polegar. Neste domingo, durante a convenção do PSL, um garoto de 3 anos foi estimulado pelo próprios pais a repetir o polêmico gesto. O pai perguntou a ele: “vai lá, filhão! Quem são os seis presidentes militares?”

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Ao incentivo do pai, o ex-bancário e hoje motorista de transporte alternativo Jean Nogueira, 35 anos, ele reagiu rapidamente: “Castelo Blanco [Branco]! Costa e Silva! Médici! Geisel! Figueiredo!”. Faz uma pausa dramática e continua: “Bolsonalo!!! [Bolsonaro]”. O menino usava uma camisa do candidato do PSL reinventado como um Capitão América com o verde-amarelo do Brasil. 

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Adversários do candidato do PSL na disputa pelo Palácio do Planalto criticaram a atitude dele em manifestações na internet. Marina Silva (Rede) utilizou sua conta no Facebook para dizer que “como mãe e professora, fiquei estarrecida ao ver um candidato ensinar uma criança a fazer gesto de revólver com as mãos”. “As mãos de uma criança devem ser treinadas para pegar em lápis e caderno, jamais em armas”, escreveu.

Manuela D’Ávila (PCdoB) chamou Bolsonaro de “inominável” na publicação em que critica a atitude do deputado. “Essa imagem é tão violenta, tão violenta que o sorriso na cara do inominável deve ser apenas uma expressão de deboche”, escreveu. Guilherme Boulos (PSOL) afirmou que “a arma que defendemos para nossas crianças é uma boa educação!”. Ele acrescentou que Jair Bolsonaro é “adversário do Brasil”.

 

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