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Ciro Gomes (PDT) se reuniu com líderes sindicais na sede do PDT em Brasília nesta quinta-feira (19) e afirmou que comete erros e não tem problemas em reconhecê-los. | Miguel Schincariol/AFP
Ciro Gomes (PDT) se reuniu com líderes sindicais na sede do PDT em Brasília nesta quinta-feira (19) e afirmou que comete erros e não tem problemas em reconhecê-los.| Foto: Miguel Schincariol/AFP

No momento em que parece estar vendo o apoio do Centrão migrar para Geraldo Alckmin (PSDB), o presidenciável Ciro Gomes (PDT) se reuniu com líderes sindicais na sede do PDT em Brasília e fez uma, se assim se pode chamar, “mea culpa” tardio. O pedetista afirmou que comete erros e não tem problemas em reconhecê-los. A fala de Ciro aparece dois dias depois de se referir a uma representante do Ministério Público como “filho da puta”. Seu temperamento é apontado como um obstáculo para a aproximação de outros partidos.

“Preciso sinalizar aos brasileiros e brasileiras de boa fé que não sou dono da verdade. Não fui poupado de cometer erros. Sou uma pessoa que não dorme mais que três, quatro horas por noite. Cometo erros e não me custa reconhecer isso. Quem quiser me ajudar, será muito bem-vindo”, disse Ciro nesta quinta-feira (19) para uma pequena plateia de sindicalistas.

No discurso rápido, Ciro elogiou Lula. Repetiu que considera injusta sua prisão e criticou a “peleja jurídica” que aconteceu naquele domingo, dia 8 de julho, que impediu a soltura do ex-presidente. “É procurador fazendo política, juiz fazendo política. Invadindo atribuições uns dos outros. Assisti, velho professor de direito que sou, num único domingo tanta aberração. E mexendo com coisa grave, como o direito à liberdade do maior líder popular do país [referência a Lula].”

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O céu e o inferno de Ciro nos últimos quatro dias

Ciro viveu em quatro dias o céu e o inferno para suas pretensões eleitorais. Ele vinha conversando com os partidos do Centrão, tinha a simpatia de caciques do DEM e outras legendas desse grupo. E, de repente, pode ter visto tudo virar pó. E não por falta de experiência administrativa ou citação em algum escândalo de corrupção. Mas o maldito temperamento, que já o prejudicou no passado, pode voltar a lhe causar dor de cabeça.

Na corrida presidencial de 2002, ao ser perguntado qual papel de sua então mulher – a atriz Patrícia Pillar– na sua campanha, ele respondeu: “é dormir comigo”. Ciro tem dito que já pediu “um milhão e oitocentos mil vezes desculpas”, mas querem persegui-lo com isso. Em recente entrevista ao jornal“O Globo”, Patrícia defendeu Ciro da acusação de machista e disse que a “infeliz frase” foi dita porque ele não aguentava mais esse tipo de pergunta: “qual o papel de sua mulher na sua campanha?” O casal se separou em 2011.

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Convenção do PDT acontece nesta sexta

A convenção que vai confirmar o nome de Ciro como postulante ao Planalto ocorre nesta sexta-feira (20). O candidato gostaria que a festa fosse maior, com protagonistas da aliança que desejou costurar. Mas, ao que tudo indica, não vai se consumar.

Conjecturas a se tirar do não casamento de Ciro com o Centrão: pode reaproximar o pedetista da esquerda. Afinal, o PT está aí em busca de parceiros, sabe-se lá com qual candidato da legenda; PCdoB e PSB podem voltar a flertar com Ciro, já que o Democratas e outros “fisiológicos” do Centrão não estão mais com ele. A esperar.

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