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| Foto: EVARISTO SA/AFP

As complicações em torno da chapa presidencial, longe de desunir, têm agregado os petistas ainda mais e estimulado uma mobilização inédita de militância e apoiadores. Nesta quarta-feira (15) será a primeira vez que mais de cinco mil pessoas acompanharão um ato de registro de candidatura no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e outras entidades sociais ligadas ao partido chegaram à Brasília nesta terça (14). O grupo será acompanhado por líderes petistas em um ato em frente ao TSE por "Lula candidato" enquanto a candidatura presidencial do PT é registrada. 

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A mobilização, com concentração a partir do início da tarde, seguirá pela Esplanada dos Ministérios até o TSE, um percurso de cerca de 7 km. Depois de protocolar a candidatura presidencial, o que deve acontecer por volta das 18h, líderes petistas discursarão para a militância. Entre eles, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, que formalmente tem a vaga de vice na chapa, mas deve substituir o ex-presidente Lula caso a Justiça Eleitoral confirme sua inelegibilidade. 

A presidente da sigla, Gleisi Hoffmann, deve ler um recado de Lula, em que ele destaca não ter intenção de renunciar ao direito de se candidatar. 

Mobilização

A marcha partiu sábado (11) de três pontos do entorno do Distrito Federal com cerca de 1,5 mil pessoas cada uma. Eles permanecerão na capital até quinta (16), acampados no estacionamento do Ginásio Nilson Nelson, no Eixo Monumental. 

A excepcionalidade do ato deve-se à também inédita condição de Lula. Preso desde o início de abril na sede da Polícia Federal em Curitiba cumprindo pela de 12 anos e 1 mês por corrupção e lavagem de dinheiro, o maior líder petista está inelegível conforme a Lei da Ficha Limpa. Porém, insiste em sua candidatura como uma estratégia de sobrevivência política sua e da legenda. 

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O plano do PT é levar a candidatura de Lula ao limite, com a apresentação de inúmeros recursos em variadas instâncias. Porém, a nova presidente do TSE, ministra Rosa Weber, tem afirmado, nos bastidores, que dará celeridade ao caso, devido à insegurança jurídica e institucional em questão. 

Os advogados de Lula acreditam que, no mais célere dos cenários, haverá um resultado em setembro, embora o projeto central seja estender a decisão final só pára dezembro. 

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Ao formalizar Haddad como vice na chapa presidencial, o PT quer evitar ser excluído de debates e participação em eventos com presidenciáveis. O ex-prefeito deve assumir o lugar de Lula, caso haja um desfecho na justiça eleitoral antes do pleito. E a deputada Manuela D'Ávila (PCdoB) entra como vice.

Análise eleitoral

O prazo de registro de candidaturas termina nesta quarta (15). Por se tratar de disputa à Presidência da República, esse protocolo é feito no TSE. A partir de quinta (16), começa a contar um prazo de cinco dias para contestação das chapas. A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, já avisou que vê Lula como inelegível e vai pedir que o tribunal impeça o ex-presidente de concorrer. 

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Passado esse prazo, começa o trâmite comum de julgamento. Embora a intenção de Rosa Weber, que assume a presidência do TSE na noite de quarta, seja dar celeridade ao julgamento da chapa presidencial petista, há uma série de caminhos a respeitar, com a possibilidade de, ao menos, dois recursos ao longo do processo: um ao próprio TSE, outro ao Supremo Tribunal Federal (STF). 

As chapas podem ser modificadas até 20 dias antes do pleito, o que, neste ano, cai em 17 de setembro. Após essa data, as urnas começam a ser lacradas e encaminhadas aos locais de votação. 

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