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| Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação

O ex-presidente Lula, preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, desde sábado (7), mandou um recado para a militância que segue acampada em frente à PF. “Continuo acreditando na Justiça e por isso estou tranquilo, mas indignado como todo inocente fica indignado quando é injustiçado”, escreveu.

Lula disse que ouviu o que os manifestantes cantaram e que está agradecido pela presença e resistência de todos. Ele afirmou que continua desafiando a Polícia Federal, o Ministério Público, o juiz federal Sergio Moro e a segunda instância a provarem o crime que supostamente cometeu. 

Leia também: Acordo define retirada de acampamento pró-Lula dos arredores da PF

A mensagem foi lida pela presidente do PT, a senadora Gleisi Hoffmann. Ela disse que tem conversado com Lula por meio de seus advogados. Segundo a parlamentar, o ex-presidente pediu que o recado fosse lido aos manifestantes do acampamento.

Gleisi integrará a comitiva de senadores da Comissão de Direitos Humanos do Senado que fará uma vistoria nesta terça-feira (17) na sala em que Lula está preso. A visita foi autorizada pela juíza Carolina Lebbos, da 12ª Vara de Execuções Penais de Curitiba.

Leia na íntegra a mensagem de Lula

“Ouvi os recados e as músicas que vocês cantaram. Estou muito agradecido pela resistência e presença de vocês neste ato de solidariedade. Tenho certeza que não está longe o dia em que a Justiça valerá a pena. Na hora em que ficar definido que quem cometeu crime seja punido. E que quem não cometeu seja absolvido.

Continuo desafiando a Polícia Federal da Lava Jato, o Ministério Público da Lava Jato, o Moro e a segunda instância a provarem o crime que alegam que eu cometi. Continuo acreditando na Justiça e por isso estou tranquilo, mas indignado como todo inocente fica indignado quando é injustiçado. 

Grande abraço e muito obrigado.

Luiz Inácio Lula da Silva”

PT, PDT, PSOL e PCdoB dizem que Lula é vítima de ‘perseguição política’

Após uma semana de conversas para ajustar o tom da mensagem, PT, PCdoB, PDT e PSOL divulgaram nesta segunda-feira (16) uma nota conjunta em solidariedade ao ex-presidente Lula, em que chamam o encarceramento do petista de “perseguição política”.

Dos partidos do bloco de esquerda, só o PSB, do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, não assina o documento. “O encarceramento apressado e injustificado do ex-presidente Lula, contra o qual não há uma única prova minimamente sólida de culpa, agrava sobremaneira o perigoso e crescente clima de ódio e de instabilidade política que tomou conta do país. A decisão, destituída de fundamentos jurídicos sólidos, configura ato de perseguição política, que tende a aprofundar a gravíssima crise econômica, social e política do Brasil”, diz a nota.

Passada mais de uma semana da prisão de Lula, PDT, PCdoB e PSOL disputam o eleitorado do petista. O presidente do PSB, Carlos Siqueira, chegou a ser consultado sobre o documento e fez sugestões de mudanças, mas elas não foram atendidas. A nota diz que a prisão de Lula foi feita “ao arrepio da Constituição Federal” e agride a democracia brasileira e a presunção de inocência.

“A origem das modernas democracias assenta-se justamente nesses princípios básicos, que têm no habeas corpus sua manifestação mais significativa. Assim sendo, a prisão de ex-presidente pode ser interpretada como uma decisão casuística, politicamente motivada, que cria insuportável insegurança jurídica no Brasil”, afirmam os presidentes Carlos Lupi (PDT), Gleisi Hoffmann (PT), Juliano Medeiros (PSOL) e Luciana Santos (PCdoB).

Leia a íntegra da nota dos partidos

“A prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, feita ao arrepio da Constituição Federal, representa agressão à democracia brasileira e aos tratados internacionais de direitos humanos, os quais consagram, como fundamentos dos regimes democráticos, os princípios da soberania popular, da presunção da inocência e do devido processo legal.

A origem das modernas democracias assenta-se justamente nesses princípios básicos, que têm no habeas corpus sua manifestação mais significativa. Assim sendo, a prisão de ex-presidente pode ser interpretada como uma decisão casuística, politicamente motivada, que cria insuportável insegurança jurídica no Brasil.

O encarceramento apressado e injustificado do ex-presidente Lula, contra o qual não há uma única prova minimamente sólida de culpa, agrava sobremaneira o perigoso e crescente clima de ódio e de instabilidade política que tomou conta do país. A decisão, destituída de fundamentos jurídicos sólidos, configura ato de perseguição política, que tende a aprofundar a gravíssima crise econômica, social e política do Brasil.

A injusta cassação política-jurídica do líder nas pesquisas de intenção de voto, significa aposta irresponsável no quadro de caos e incerteza que prejudica toda a população brasileira. Confiamos, contudo, que as forças democráticas, dentro e fora das instituições, saberão reverter esse funesta decisão e libertar Lula.

O que fazem hoje com o Lula poderão fazer com qualquer pessoa amanhã. Respeitar a Constituição é respeitar a democracia.

Carlos Lupi Presidente nacional do PDT

Gleisi Hoffmann Presidenta nacional do PT

Juliano Medeiros Presidente nacional do PSOL

Luciana Santos Presidenta nacional do PCdoB”

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