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 | Marcelo Andrade    /    Gazeta do Povo
| Foto: Marcelo Andrade /    Gazeta do Povo

Ao receber alta do hospital, o presidenciável Jair Bolsonaro, do PSL, voltará para sua residência no Rio e, de lá, retomará o comando de sua candidatura. Nas três semanas em que ele ficou fora das ruas, se recuperando do atentado sofrido em Minas Gerais, a condução de sua campanha bateu cabeça. Seu vice, general Hamilton Mourão, emitiu declarações polêmicas. E seu guru econômico, Paulo Guedes, defendeu propostas não endossadas pelo candidato.

A proximidade do dia da eleição e os dados incômodos da última pesquisa Ibope – que mostrou o candidato estacionado em 28%, com rejeição batendo nos 46% e derrota para os principais oponentes no segundo turno – acenderam a luz de alerta na campanha. Bolsonaro quer deixar o quanto antes o Hospital Albert Einstein, o que deve ocorrer até sexta (28), e começar a agir a seu modo.

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Uma das medidas será uso ainda mais intenso das redes sociais. Seus auxiliares descartaram qualquer possibilidade de campanha de rua antes do primeiro turno. E o próprio também já declarou que não pode correr riscos de contato físico na sua convalescença.

"Ele não vai poder se engajar na campanha como se engajava antes. Mas a sua tropa está na rua", disse à Gazeta do Povo o general Augusto Heleno, um de seus mais próximos auxiliares.

Bolsonaro quer fazer transmissões ao vivo todo dia nas suas redes, a partir de segunda-feira, durante o horário eleitoral. Ele quer concorrer com a propaganda oficial na TV durante a semana que antecede o 7 de outubro, quando se dá a votação do primeiro turno. 

A entrevista concedida por Bolsonaro na última segunda-feira (24) à rádio Jovem Pan já foi parte dessa estratégia de reta final. O candidato tinha informações que a pesquisa Ibope a ser divulgada horas depois não o favorecia tanto como as anteriores. Aliados avaliaram que o efeito do atentado em Minas pode ter se esgotado como impulsionador de votos. 

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"Sabíamos que em algum momento essa 'fonte' iria se esgotar. Na medida do possível, precisamos voltar com ele para a campanha", disse um dos deputados do grupo próximo de Bolsonaro.

Outra medida adotada pela campanha foi recomendar ao general Mourão e a Paulo Guedes para evitar declarações e anúncio de medidas que trouxessem embaraço ao candidato. 

Mourão saiu de cena e passa a semana no Rio Grande do Sul, seu estado de origem e que tem forte presença de unidades militares. Seus eventos foram vetados para a imprensa. Paulo Guedes suspendeu vários de seus compromissos, como entrevistas e reuniões com representantes de setores específicos.

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