• Carregando...
 | Marcelo Camargo/Agência Brasil
| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em um ano eleitoral em que a Lava Jato é uma das pautas da campanha à Presidência, os candidatos a uma vaga no Planalto não deixam de falar sobre o símbolo maior da operação: o juiz federal Sergio Moro, que conduz as investigações em primeira instância, em Curitiba. Já teve de tudo, de críticas pesadas ao magistrado à promessa de nomeá-lo ministro da Justiça a partir de 2019. 

O presidenciável que falou mais recentemente sobre Moro foi o senador Alvaro Dias (Podemos). Na convenção que confirmou o nome de Alvaro como candidato, no último sábado (4), o senador prometeu nomear o juiz da Lava Jato como ministro da Justiça, caso eleito. Moro não quis comentar a declaração do presidenciável, que admitiu durante a convenção nunca ter falado sobre esse assunto com o magistrado. 

Outro presidenciável que tenta pegar carona na popularidade de Moro é o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL). O capitão da reserva chegou a propor aumentar o número de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) de 11 para 21 e prometeu magistrados com perfil semelhante ao do juiz Sergio Moro.

No ano passado, Bolsonaro protagonizou uma situação embaraçosa envolvendo Moro. O juiz estava em Brasília para debater o Código de Processo Penal quando foi abordado pelo capitão da reserva, mas ignorou o parlamentar. Moro ligou para o presidenciável em seguida para dizer que foi um mal entendido. 

Críticas

As críticas mais pesadas ao juiz vêm de candidatos mais à esquerda, geralmente em defesa do ex-presidente Lula (PT) – preso em Curitiba por ordem de Moro no processo do tríplex no Guarujá. O próprio petista já criticou pessoalmente o magistrado, acusando Moro de ser parcial durante um depoimento em Curitiba

Em uma entrevista no Instituto Lula, em dezembro do ano passado, Lula disse que a sentença de Moro que o condenou a 9 anos e meio de prisão no caso do tríplex “é quase uma piada”. “Tudo isso poderia ter terminado se a Polícia Federal tivesse sido sincera e se o Moro tivesse feito papel de juiz”, criticou o ex-presidente. 

O ex-presidente também já criticou Moro porque o magistrado recebe auxílio-moradia, mesmo tendo imóvel próprio em Curitiba. “Agora aprendi uma nova: o povo brasileiro que não tem aumento de salário, por favor, façam como juiz Moro e requeiram auxílio-moradia”, disse Lula em entrevista à “Rádio Jornal”, de Pernambuco. 

Em um evento em São Paulo, um dia depois da condenação de Lula em segunda instância, o presidenciável Guilherme Boulos (PSOL) criticou os desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), que aumentaram a pena de Moro para Lula para 12 anos e um mês de prisão. Ele chamou os desembargadores de “anões morais” e aproveitou para criticar Moro, que chamou de “xerifinho de Curitiba”. 

De volta para a caixinha

Recentemente, o presidenciável Ciro Gomes (PDT) também causou polêmica ao se referir ao juiz. Ciro afirmou em entrevista a uma TV no Maranhão que Lula só teria chance de ser solto se ele fosse eleito. “Só tem chance de sair da cadeia se a gente assumir o poder e organizar a carga. Botar juiz para voltar para a caixinha dele, botar o Ministério Público para voltar para a caixinha dele e restaurar a autoridade do poder político”, afirmou o candidato. Ciro precisou de retratar dias depois e disse ter sido mal interpretado. 

Em 2017, Ciro Gomes já havia provocado o juiz. Em março, ele gravou um vídeo no qual desafiava Moro a prendê-lo. Gomes afirmava que, se isso viesse a acontecer, ele receberia a “turma” de Moro “na bala”. “Hoje esse Moro resolveu prender um blogueiro. Ele que mande me prender, eu recebo a turma dele na bala”, dizia o pedetista no vídeo. As declarações foram gravadas no dia em que a Polícia Federal cumpriu, em São Paulo, mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva contra o blogueiro Eduardo Guimarães, que edita o Blog da Cidadania.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]