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O segundo debate na tevê entre presidenciáveis foi realizado na noite desta sexta-feira (17), na RedeTV!. Participaram oito dos 13 candidatos:Alvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede), Jair Bolsonaro (PSL), Guilherme Boulos (PSOL), Henrique Meirelles (MDB) e Ciro Gomes (PDT).

Jornalistas da Gazeta do Povo analisam o desempenho dos candidatos a presidente no segundo embate ao vivo na TV das eleições 2018.

Quem ganhou?

Foi como uma virada aos 45 do segundo tempo. Os jogadores estavam cansados, mas Marina Silva atacou Bolsonaro com um chute firme. No final do terceiro bloco, ela disse: 

“Bolsonaro, você acha que pode resolver tudo no grito, na violência. Você fica ensinando nossos jovens que tem que resolver na base do grito, Bolsonaro. Pegou na mão de uma criança e fez uma arma. É esse ensinamento que quer dar à nação?”

A Madeleine Lasko, do Blog A Protagonista, estava área destinada à imprensa na RedeTV! e comenta o momento: 

“ A vibração nos bastidores durante o embate Marina x Bolsonaro foi ao ápice. A enquadrada em Bolsonaro, feita daquele jeito que mãe trata moleque brigão, foi o grande momento do debate e - aposto - será um novo desabrochar de Marina Silva. Ao fazer o que só o Cabo Daciolo havia feito, rebater Bolsonaro numa linguagem que o povo entende, ela ainda conseguiu fazer com que ele perdesse o equilíbrio emocional e a confiança do público cristão”.

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Ciro e Marina frente a frente na ‘areninha’ montada pela RedeTV!.Reprodução Rede TV

Mario Vitor Rodrigues, colunista da Gazeta do Povo, também estava no local e opina sobre o momento: “O debate seguia parelho, mas Marina roubou a cena quando enfrentou Bolsonaro de uma maneira supreendentemente dura.” A opinião é compartilhada pela repórter de República, Kelli Kadanus: 

“Marina Silva estava meio apagada no debate, mas protagonizou o momento mais emblemático, ao confrontar Bolsonaro. A candidata ignorou solenemente uma pergunta do capitão da reserva sobre armamento para falar em igualdade de salários entre homens e mulheres. Tentou aí conquistar o voto das mulheres.”

Sérgio Luis de Deus, editor de República, considera outra boa atuação: a de Alvaro Dias. “Ele demonstrou estar mais seguro nesta noite. Muito pelo formato de ringue do programa, com os candidatos fazendo perguntas olho no olho”, diz o editor, que afirma que o paranaense foi um dos poucos a se manifestar claramente e de forma contundente contra a candidatura Lula . 

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Renan Barbosa, editor de Justiça da Gazeta do Povo, destaca também a participação de Ciro Gomes: “Colocou-se, mais uma vez, como a opção viável de esquerda. Passou segurança, foi equilibrado, não destemperado, e até magnânimo ao elogiar Marina Silva, que teria lhe ensinado muito sobre a questão ambiental. Menção honrosa para Marina Silva, que enfrentou Jair Bolsonaro com serenidade e firmeza. Rendeu o melhor momento do debate – mas isso não isenta Marina da falta de capacidade atávica de falar sobre os crimes do PT”.

“Ciro Gomes também saiu beneficiado, conseguiu mostrar suas propostas e sua personalidade, com tiradas inteligentes. Cabo Daciolo conseguiu falar sobre algo além da Bíblia”, opina Madeleine. 

“É impossível não destacar a figura de Cabo Daciolo. Com sua companheira, a Bíblia Sagrada, traz o discurso da fé e humanidade no meio do ódio político”, reforça o jornalista Fernando Henrique Martins, do blog A Protagonista

Quem perdeu?

É impossível não falar sobre o momento em que o candidato do PSL foi golpeado por Marina Silva. “Para quem acaba de divulgar seu plano de governo esperava a apresentação de propostas criativas e inovadoras. Mas ele se repete o tempo todo. E quando foi perguntado sobre economia, o desconhecimento dele ficou evidente, causando um constrangimento geral. Sem falar no sermão que levou de Marina Silva. Ficou feio para ele”, afirma Sérgio de Deus. 

“A falta de conhecimento de Bolsonaro em temas econômicos ficou extremamente evidente em uma pergunta feita pelo jornalista Reinaldo Azevedo. O deputado federal falou devagar, parecendo desesperado para seu tempo passar rápido enquanto divagava propostas rasas e ensaiadas. Paulo Guedes, o economista de Bolsonaro, fez falta”, diz Kelli Kadanus.  

Madeleine Lasko também ‘não perdoa’: “O candidato citou a Bíblia de forma errada num ponto conhecidíssimo de todos os cristãos: ao defender o desarmamento, mandou Marina ler o livro de Paulo. Qual livro? Há vários. Em nenhum deles há a defesa da reação violenta: Paulo prega que devemos combater o mal com o bem.”

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Outro que não teve uma boa noite foi Geraldo Alckmin. “O candidato tucano esteve mais apagado do que o normal, evitando o confronto com Jair Bolsonaro”, afirma Mario Vitor Rodrigues. Renan Barbosa concorda: 

“O Alckmin não conseguiu tirar um voto sequer de Jair Bolsonaro, que é seu único adversário relevante no primeiro turno. Alckmin não saiu da zona de conforto, não se arriscou, passou a mesma falta de energia que lhe deu o apelido de ‘picolé de chuchu’. Repetiu as mesmas frases feitas para defender suas propostas. Saiu menor deste debate do que foi no primeiro, na Band”. 

Renan Barbosa aproveita para comentar a participação de Meirelles: “Eu sinceramente não sei por que [existe] essa candidatura. Será que é uma viagem de ego?”. Outro que não apareceu muito foi Cabo Daciolo: “Perdeu o fator novidade”, diz a repórter de República.  

“Alckmin e Meirelles continuam mornos. Guilherme Boulos parece que não sairá mesmo do Centro Acadêmico”, completa Madeleine.

Por falar na emissora concorrente, Mario Vitor diz que, se uma emissora perdeu entre o primeiro e o segundo debate, essa foi a Band: “Quem está perdendo, principalmente após o formato que deixou candidatos frente a frente? Essa é fácil: a Band”. Jornalista do blog A Protagonista, Fernando Henrique Martins também não deixa por menos: “Até agora, meus preferidos dos debates da Band e da RedeTV, são... Boechat e Boris”. E ele completa:

“O debate com os presidenciáveis na RedeTV trouxe certo toque de tempero ao morno cenário que vemos no início de campanha. Foi fácil verificar os candidatos preocupados em manter a imagem do tradicional político polido, enquanto outros resolveram criar meios para levantar as questões”.

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