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Debate TV Aparecida 2018: veja quem se saiu melhor no quarto encontro na televisão entre os presidenciáveis | /
Debate TV Aparecida 2018: veja quem se saiu melhor no quarto encontro na televisão entre os presidenciáveis| Foto: /

O quarto debate na televisão entre candidatos à presidência da República aconteceu nesta quinta-feira (20). Compareceram ao Debate na TV Aparecida os presidenciáveis: Alvaro Dias (Podemos), Fernando Haddad (PT), Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede), Guilherme Boulos (PSOL), Henrique Meirelles (MDB) e Ciro Gomes (PDT). O candidato Jair Bolsonaro (PSL) não compareceu devido ao atentado sofrido dia 6 de setembro. A mediadora foi a jornalista Joyce Ribeiro. 

Como já virou hábito nos encontros entre presidenciáveis, a Gazeta do Povo faz uma análise completa - em texto e vídeo - de quem ganhou e quem perdeu o debate na TV aparecida, organizado pela CNBB - Confederação Nacional dos Bispos do Brasil. Confira! 

Quem ganhou?

Flávia Pierry, correspondente em Brasília:

Ninguém – O debate foi pobre, sem embates políticos. Faltaram explicações diretas de propostas, criação de programas. Mesmo quando os candidatos focavam em falar dos problemas do Brasil, ficavam na citação de números incompreensíveis para o eleitor. Pareceu uma partida de Squash entre os candidatos, mas ninguém jogou a bola para o espectador, o eleitor. Marina Silva e Henrique Meirelles protagonizaram um momento interessante, ao criticarem a suposta recriação da CPMF por Jair Bolsonaro e Marina falou com o povo, ao explicar que Bolsonaro e seu guru da economia parecem estar em briga, dizendo que parece haver “um incêndio no Posto Ipiranga”.

Renan Barbosa, editor de Ethos:

Bolsonaro é o vencedor ausente do debate, porque foi atacado uma única vez sobre o tema em que mais poderiam fazê-lo sangrar desde o início da campanha, se fosse bem explicado principalmente para os mais pobres: a confusão da CPMF e da alíquota única do Imposto de Renda. Assim, não perde votos. Dos presentes, Ciro Gomes ganhou porque se mostra no páreo pelos votos da esquerda e ainda continua se apresentando sereno e magnânimo com os adversários, o que o capitaliza para ser o voto útil dos muitos eleitores que rejeitam tanto Bolsonaro quanto Haddad e o PT.

Fernando Martins, editor do Blog A Protagonista:

Não vejo vencedor no debate da TV Aparecida. Exceto pelo ausente Bolsonaro, que se recupera em São Paulo, pois foi poupado de ataques, diferente de como vem ocorrendo nas redes sociais e programas dos oponentes. Ainda assim, dentre os participantes, pequenos pontos de destaque para Marina Silva, que apresentou falas mais precisas, mesmo que sem profundidade. Ciro Gomes também se aproveitou para elogiar a candidata da Rede e Boulos, do PSOL, vislumbrando apoio em um eventual segundo turno.

Sérgio Luis de Deus, editor de República:

Geraldo Alckmin. No quarto debate televisivo, Alckmin aparentou mais segurança e conhecimento dos problemas do país, citando número do desemprego e do déficit público. O tucano ainda se saiu bem das provocações de Fernando Haddad, sobre o seu partido ter integrado o governo Temer. Alckmin não poupou de críticas o atual presidente da República, fazendo questão de lembrar a todos que Temer foi vice de Dilma Rousseff.

Kelli Kadanus, repórter de República:

Se Haddad se saiu pior, melhor para Ciro Gomes (PDT), que trava uma batalha para não ficar para trás nas pesquisas com a ascensão do petista. Ciro conseguiu controlar o temperamento, não foi alvo de grandes ataques e se saiu bem ao responder as perguntas que lhe foram feitas. A julgar pelo debate desta quinta-feira, Ciro parece uma boa opção para a esquerda que não pretende votar no PT.

Giorgio Dal Molin, editor de República:

Para quem vem caindo nas pesquisas, Marina fala bonito: defendeu a necessidade de oportunidades para mulheres no mercado de trabalho e criticou o economista de Jair Bolsonaro - apelidado pelo presidenciável de “Posto Ipiranga”. Segundo Marina, ‘o posto pegou fogo’ na proposta de retorno da CPMF. Criticou bastante, mas não disse como colocar em prática. Também chamou a atenção certa agressividade de Alvaro Dias. Em provocações, chamou Fernando Haddad de “porta-voz da tragédia”. Geraldo Alckmin também cutucou Haddad e teve boas respostas para as críticas do petista. 

Quem perdeu?

Flávia Pierry, correspondente em Brasília:

Fernando Haddad – sendo o segundo com maior percentual de intenção de votos nas pesquisas (e o que tem maior percentual de votos entre os participantes do debate), Haddad deveria ter falado diretamente com o eleitor. Por ser sua primeira participação em debate, ele deveria ter deixado mais sua marca, impresso alguma personalidade, o que não fez. Teve um bom momento quando debateu com Geraldo Alckmin, mas em outras falas ficou professoral, como ao explicar que “Lula colocou o pobre no Orçamento”. Falou muito do passado, da gestão Lula, e não se projetou.

Renan Barbosa, editor de Ethos:

Fernando Haddad perdeu o debate. Por um lado, mostrou-se tímido ao não tentar roubar votos dos adversários e consolidar sua tendência de alta nas pesquisas. Ainda gaguejou em vários momentos, falou palavras difíceis – como se estivesse em um debate universitário – e conseguiu a proeza de ser enquadrado por Geraldo Alckmin: “O PT lança candidatura na porta da penitenciária”. Por outro lado, não fez qualquer autocrítica e soou arrogante em vários momentos, o que pode assustar o eleitor, que vê Haddad pela primeira vez em um debate. No final, porém, foi politicamente hábil ao acenar para o povo brasileiro, que valoriza a família, tentando vender a imagem que o PT fez muito pela família brasileira com os programas sociais.

Fernando Martins, editor do Blog A Protagonista:

Fernando Haddad, de longe, é o que mais perdeu neste debate, já que em sua primeira oportunidade de confronto, foi fraco na sustentação. Poderia ajustar o discurso e falar menos em nome de Lula, para tentar empolgar mais e aproveitar a subida nas pesquisas. Geraldo Alckmin é outro exemplo de derrota. Travado na estaca dos 9%, não empolga nem em seu meio católico.

Kelli Kadanus, repórter de República:

Fernando Haddad foi o que se saiu pior durante o debate. O petista foi duramente cobrado pelos erros de gestão do Partido dos Trabalhadores e pelos casos de corrupção. O candidato não conseguiu fazer uma autocrítica em nome da legenda, enquanto um de seus adversários, Geraldo Alckmin (PSDB) admitiu a fragilidade de seu próprio partido e a importância de se fazer um mea culpa. Como já era previsto, Haddad apanhou em todas as interações com os adversários, mas não conseguiu se sair bem nas respostas.

Sergio Luis de Deus, editor de República

Guilherme Boulos: o candidato do PSOL parece um disco arranhado, repetindo as mesmas ideias e propostas (“revogar o teto de gastos”; “revogar a reforma trabalhista”) que até agora não o levaram a lugar nenhum. Permanece com menos de 1% nas pesquisas eleitorais e longe de arrebatar o eleitorado de esquerda, que dirá a população de modo geral. Claro, sejamos justos, Boulos é coerente com o espectro político que representa. Mas participar da eleição apenas para marcar posição, num momento de tão grave crise política e moral, é decepcionante. Esperava-se mais criatividade dele.

Giorgio Dal Molin, editor de República:

A Reforma Trabalhista apanhou de vários lados. Foi atacada por Haddad, Ciro Gomes, Boulos... Os candidatos dizem que querem revogar. Nem o pai dela, Henrique Meirelles, a defendeu. Entre os candidatos, Ciro não saiu da caixa. Fernando Haddad, então, chegou a se perder. Ao invés de elaborar uma pergunta em 30 segundos, ‘largou mão’ e lançou o desafio para Alvaro Dias: “Qual a sua proposta para a família?”. E a exemplo de apresentações em entrevistas ao vivo, falou de novo: “Boa noite, Lula”. Parece frase repetitiva de programa de auditório. Certamente seus eleitores esperavam mais. 

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