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 | Foto: Fernanda Carvalho/ Fotos Públicas/
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Economistas de alguns dos candidatos à Presidência da República têm posições distintas no que diz respeito à intervenção no mercado cambial em momento de grande volatilidade, como a observada recentemente. Na última terça-feira (18), o economista de Ciro Gomes (PDT), Mauro Benevides, propôs a criação de uma estrutura semelhante ao Comitê de Política Monetária (Copom) para definir os rumos do câmbio do Brasil.

Neste sábado (22), durante debate em evento em São Paulo, o economista José Marcio Camargo, colaborador da campanha de Henrique Meirelles (MDB), defendeu que “câmbio é preço” e que “não quer saber” de gerar qualquer interferência na fixação de preços. “Câmbio é preço. E preço tem de ser livre. E não quero saber”, afirmou ele no Expert, evento promovido pela XP Investimentos.

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Assim como Camargo, o economista Persio Arida, da campanha do presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou que toda intervenção para reduzir volatilidade é equivocada. “Volatilidade é um referencial de mercado. Quando a expectativa acalma e melhora, a volatilidade cai. Então, não acho que volatilidade cambial é um problema”, disse Arida.

Referindo-se à matriz macroeconômica, o economista defendeu o câmbio livre e flutuante, o regime de meta fiscal e também afirmou que o governo precisa atacar a agenda do spread bancário, a partir de uma nova lei geral de garantias.

Já Nelson Marconi, também da campanha de Ciro, disse que “quanto mais estável for a taxa de câmbio, melhor vai ser para a inflação”. “E quando falo em estabilidade não estou falando de taxa fixa. Mas é preciso ficar claro que uma volatilidade absurda na taxa de câmbio prejudica o setor produtivo”, disse o economista.

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Por sua vez, o economista Guilherme Mello, da campanha de Fernando Haddad (PT), afirmou que o partido defende a taxa de câmbio flutuante, mas que é preciso assumir que o mercado cambial doméstico tem anomalias. “A volatilidade da taxa de câmbio tem a ver com algumas coisas, uma delas é o diferencial da taxa de juros. Assim, precisamos discutir a taxa básica de juros”, afirmou Mello.

Questão fiscal

Os economistas dos presidenciáveis também falaram sobre a questão fiscal. Guilherme Mello afirmou que o “grave problema fiscal” não pode ser solucionado apenas a partir de um ajuste nas contas públicas. Depende também, disse o economista, da retomada do crescimento econômico. “Não há resolução fiscal possível com uma economia estagnada”, disse o petista.

Bazileu Margarido, dirigente da Rede e coordenador financeiro da campanha de Marina Silva, afirmou que mudanças na Previdência são necessárias, mas indicou que a proposta que está no Congresso Nacional não evidencia um “senso de justiça” e, assim, não tem a aderência da sociedade.

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“O Brasil entrou num déficit fiscal estrutural que necessita de reformas da Previdência, bancária, tributária. Agora, sem a sociedade enxergar senso de justiça, sem um projeto de bases claras que reúna o empresariado, a sociedade, a academia, os trabalhadores, o País vai continuar patinando”, disse Margarido.

O economista Nelson Marconi acrescentou que a baixa produtividade da economia brasileira é problema que deriva de uma série de fatores, sendo o primeiro a questão fiscal. Defendeu a redução de despesas a partir de algumas reformas, entre elas as da Previdência e tributária. Nessa última, a proposta tem como essência impor maior tributação sobre a renda e menor sobre a produção. “Não será possível resolver o problema fiscal só com queda de despesas. É preciso da retomada do crescimento, via retomada de investimentos.”

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