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| Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP

Após a repercussão gerada pela carta divulgada na quinta-feira (20), na qual defendeu que é preciso deter o que classificou como “marcha da insensatez”, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) usou o Twitter neste sábado (22) para afirmar que o texto foi direcionado “aos eleitores e eleitoras, não aos candidatos ou aos partidos”.

O tucano afirmou que há meses defende a criação do que chama de “centro popular e progressista”. “Parece que na conjuntura água mole não racha pedra dura. O que não muda minhas convicções.”

Aliança dos candidatos de Centro

Na carta, Fernando Henrique defendeu que os candidatos considerados de centro se juntem para evitar uma vitória de Jair Bolsonaro (PSL) ou de Fernando Haddad (PT) na eleição presidencial, candidatos que, na visão de FHC, apostam em “soluções extremas”. “Sem que os candidatos que não apostam em soluções extremas se reúnam e decidam apoiar quem melhores condições de êxito eleitoral tiver, a crise tenderá certamente a se agravar”, diz o ex-presidente na carta.

DESEJOS PARA O BRASIL: Democracia aprofundada, com uma política moralmente exemplar

Ao comentar a carta, o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, disse que, no momento, não vai procurar os demais postulantes. “A ideia é uma reflexão junto ao eleitorado”, apontou Alckmin, que é apoiado por FHC na eleição.

Candidatos rechaçam a ideia

Já o presidenciável do PDT, Ciro Gomes, disse que “é mais fácil boi voar de costas” do que o chamado centro se unir no primeiro turno. “O FHC não percebe que ele já passou. A minha sugestão para ele, que ele merece, é que troque aquele pijama de bolinhas que está meio estranho por um pijama de estrelinhas.”

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Marina Silva (Rede), por sua vez, afirmou que o PSDB de Alckmin e FHC passa pelos mesmos problemas do PT e que “fazer um discurso para que haja uma união e dizer que o figurino cabe no candidato do seu partido talvez não seja a melhor forma de falar em nome do Brasil.”

Para João Amoêdo, candidato pelo Partido Novo, a carta não ficou muito clara. “No Brasil, a gente sempre procura um nome que vai ser o ‘salvador da pátria’. Se a gente quer mudar de fato o Brasil, a gente deveria fazer uma reunião em torno de ideias, de princípios, de valores, o que a gente quer que aconteça, o nome é uma segunda etapa, e a carta do Fernando Henrique cai nessa armadilha, de falar de nomes, de se unir. E me parece muito tarde, porque os partidos, nos quais inclusive ele está presente, o PSDB, adotaram práticas velhas, e foi isso que trouxe essa indignação por parte da população que quer renovação”, opinou.

Campanha do PSDB prega voto útil

Enquanto FHC defende a carta e a unificação do Centro, a campanha de Alckmin reforçou a narrativa do voto útil e passou a pregar que Marina, Henrique Meirelles (MDB) e João Amoêdo (Novo) não têm viabilidade eleitoral.

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