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Futuro ministro da Economia, Paulo Guedes (foto) defende aprovar reforma da Previdência em 2018 e criar novo modelo para gerações futuras | DANIEL RAMALHO/AFP
Futuro ministro da Economia, Paulo Guedes (foto) defende aprovar reforma da Previdência em 2018 e criar novo modelo para gerações futuras| Foto: DANIEL RAMALHO/AFP

O economista Paulo Guedes, principal assessor econômico do presidente eleito Jair Bolsonaro e futuro ministro da Economia, defendeu a aprovação da proposta de reforma da Previdência que está no Congresso Nacional ainda este ano. O economista frisou que já apoiava a reforma antes de passar a coordenar o programa econômico de Bolsonaro e não mudou de ideia.

“Trabalharam dois anos nessa reforma. Passei dois anos dizendo: ‘aprovem a reforma da Previdência’. Evidente que não posso, só agora que passei para o governo, dizer ‘não aprovem a reforma da Previdência’”, afirmou Guedes, em entrevista a jornalistas pouco antes de entrar na casa do empresário Paulo Marinho, no Rio de Janeiro, onde se reúne com Bolsonaro nesta terça-feira (30).

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Novo modelo para gerações futuras

Segundo Guedes, um novo sistema será proposto para as futuras gerações. “Vamos criar uma nova Previdência com regime de capitalização, mas existe uma Previdência antiga que está aí. Então, além do novo regime trabalhista e previdenciário que devemos criar para as futuras gerações, temos que consertar essa que está aí”, disse o economista.

O assessor de Bolsonaro não detalhou negociações com o governo Michel Temer em torno da aprovação da atual proposta de reforma da Previdência como está no Congresso. Para retomar a reforma da Previdência ainda este ano, seria preciso suspender a intervenção federal na área de segurança pública do Estado do Rio.

Guedes disse apenas que já se reuniu com o secretário de Previdência do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano, a quem chamou de “excelente técnico”, para examinar a proposta atual.

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“Depois tive reuniões com os irmãos (Arthur e Abraham) Weintroub, que estão fazendo uma proposta bastante semelhante a do Chile”, afirmou o assessor, elogiando o modelo do sistema previdenciário chileno, que fomentou a acumulação de capital e o aumento da produtividade.

Guedes deu entrevista por quase meia hora, na frente da casa de Marinho, uma mansão no Jardim Botânico, zona sul carioca. Enquanto falava com a imprensa, a comitiva de Bolsonaro chegou. O presidente eleito entrou de carro, pela garagem da mansão.

O quanto antes melhor, diz Guedes

Durante a chegada de Bolsonaro, Guedes interrompeu a entrevista. Após ser chamado, na rua, por Marinho, entrou na casa. Antes, voltou ao assunto da Previdência, para defender a aprovação da atual proposta de reforma. Para ele, quanto antes se reformar a Previdência, melhor.

“Trinta anos atrás, quando o Chile fez reforma da Previdência, seria melhor. Dois anos atrás, com o presidente Michel Temer, seria melhor. Um ano e meio atrás, quando entrou o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia, seria melhor. Hoje, antes de acabar o ano, é bom também”, disse Guedes.

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Conforme Guedes, o sistema previdenciário brasileiro tem “bombas”: a primeira é demográfica, a segunda é misturar assistência social com aposentadoria do trabalho, a terceira são os custos tributários sobre a folha de pagamentos dos empregados, a quarta é o fato de o sistema previdenciário de repartição não “levar capital para o futuro”.

Ao chegar para a reunião, Gustavo Bebianno, ex-presidente do PSL e um dos coordenadores da campanha de Bolsonaro, também defendeu a reforma da Previdência. Segundo Bebianno, a proposta atual é melhor do que nada.

Bolsonaro já tinha adiantado o assunto

Na noite de segunda-feira (30), Bolsonaro deu uma série de entrevistas emissoras de televisão e afirmou, pela primeira vez, que cogita aprovar ainda neste ano algumas das medidas da reforma da Previdência enviada pelo governo Michel Temer ao Congresso no fim de dezembro de 2016.

Independência do Banco Central

Paulo Guedes também reafirmou nesta terça-feira (30) que o futuro governo mandará um projeto para dar independência ao Banco Central (BC). Segundo Guedes, a atual transição de governo será a última em que haverá incerteza sobre o comando da autoridade monetária.

“Daqui para a frente, como vamos aprovar a independência do Banco Central (BC), saberemos que essa fonte de incerteza o comando do BC será eliminada. Essa é a ultima transição que tem essa incerteza”, afirmou Guedes, em entrevista a jornalistas pouco antes de entrar na casa do empresário Paulo Marinho, no Rio, onde está reunido com Bolsonaro.

Guedes frisou que a independência do BC será aprovada em projeto de lei. “A essência desse projeto são mandatos não coincidentes”, disse o economista.

O assessor de Bolsonaro, já indicado como ministro da Fazenda, elogiou o atual presidente do BC, Ilan Goldfajn. Guedes disse, porém, que um convite para sua permanência no cargo ainda não foi feito.

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