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| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Impedida pela Justiça de visitar Lula na cadeia, a ex-presidente Dilma Rousseff reclamou da situação dizendo não haver justificativa para o petista estar isolado ou em regime especial de prisão. Lula cumpre pena em uma cela especial no último andar da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, desde 7 de abril.

“Infelizmente não houve autorização [da visita] por parte da juíza que faz a execução penal da sentença. É uma situação bastante estranha”, afirmou ela, lembrando que mesmo na época da ditadura militar havia visitação aos presos. “O presidente Lula não tem motivo para estar isolado ou em regime de especial de prisão”, reclamou Dilma. “Eu tenho experiência de estar presa. Fiquei três anos presa e e na época eu podia receber visitas de parentes, amigos e advogados”, lembrou.

Em decisão tomada nesta segunda-feira (23), a juíza Carolina Moura Lebbos, da 12.ª Vara Federal de Curitiba proibiu a visita de amigos e aliados ao ex-presidente Lula, indeferindo vários requerimentos apresentados nos último dias. Ela alegou que havia um excesso de pedidos de visitas e que isso poderia “prejudicar as medidas necessárias à garantia do direito de visitação dos demais presos”.

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Em conversa com integrantes da vigília por Lula após a tentativa de visita, Dilma disse que a prisão de Lula é política por haver a intenção de tirá-lo do jogo político. “A etapa do golpe que estamos vivendo é essa, que prende o Lula para evitar que ele seja candidato à Presidência”, declarou.

A ex-presidente reclamou do que chamou de “obsessão da mídia” ao ser questionada sobre a possibilidade de Lula não poder sair candidato. “Quando eu sofri o impeachment diziam para mim ‘renúncia presidente, porque é mais digno’. Não, digno é lutar. A mesma coisa com o Lula. Por que plano B? Você teria plano B se considerasse em algum momento o Lula culpado. Nós o consideramos inocente. Por que querem que nós, as mãos que o apoiam, o retiremos do pleito?”, indagou.

Dilma disse achar muito grave o que ela classificou como moeda de troca: a desistência da candidatura de Lula em substituição ao seu julgamento. “É um absurdo, como é pouco ético como proposta e como discussão em qualquer instância que seja, seja nas superiores ou nas médias, porque o povo não aceitaria uma proposta dessas.” E voltou a reafirmar, ao ser indagada novamente: “o meu plano A se chama Lula”

Se tivesse conseguido encontrar Lula, Dilma disse que teria dado um abraço e que “conversaria com ele sobre o assunto que ele mais gosta: o Brasil e o povo brasileiro”. Sobre se continuará tentando visitar o ex-presidente, afirmou: “todos os santos dias e todas as horas”.

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