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| Foto: Patricia MonteiroBloomberg

Um dia após a vitória de Jair Bolsonaro (PSL), o ex-presidente Lula, condenado por corrupção,  começou a pedir “calma” às lideranças. Ele acompanhou a apuração na cela da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR), onde está preso desde abril, sem demonstrar surpresa, mas com olhos atentos ao discurso de Fernando Haddad, o candidato derrotado do PT ao Planalto.

"Para falar pelo PT agora, ele quer o Jaques [Wagner]. Acha que ele tem essa força, essa articulação. Mas acredita que o [Fernando] Haddad não pode ser deixado de lado. Ele surpreendeu com um belo trabalho. Tem a retórica que agrega que precisamos agora", contou um dos coordenadores da campanha presidencial petista e que esteve com o Lula na segunda-feira(29), um dia após a votação.

Lula fora da linha de frente

Mais que alguém para falar pelo partido, Lula destacou a necessidade de vozes "ponderadas" e menos "radicais". E chegou a dizer que, ainda que ele chegue a ser solto, é prudente não assumir a frente do partido nesse momento. 

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"Ele sabe que é a cara do PT. Mas com todo o desgaste, agora, nesse momento exato, a avaliação do ex-presidente é que seria necessário esperar a poeira abaixar, analisar, moderar o discurso. Que ele mesmo sabe quando é preciso ceder. Mas a depender do novo governo, o PT pode ter que se reposicionar", completou outra fonte que visitou o preso.

Gleisi resiste a um novo PT

Apesar do recado de Lula e dos pedidos de moderação e calma, a presidente da legenda, Gleisi Hoffmann, convocou uma reunião da Executiva Nacional para terça-feira (30). Foi alertada que seria cedo ainda para esse tipo de reunião. 

Gleisi é uma das que resiste a um novo PT. Afirma, nos bastidores, que Lula é a cara do partido, "o maior puxador de votos" e, não adianta tentar achar novas lideranças, mas sim seguir exaltando as antigas. 

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A presidente da sigla integra a corrente majoritária petista, Construindo um Novo Brasil (CNB), que ao longo de toda a campanha resistiu a Fernando Haddad, bem como José Dirceu. 

Lula quer PT na liderança da oposição no Congresso

A ideia de Lula, segundo fontes consultadas pela reportagem, é que o PT assuma a liderança da oposição no Congresso. Mas o partido terá dificuldades em cumprir esse papel. Demais partidos de esquerda começaram a se articular para tentar isolar a legenda. 

Na Câmara, o PT tem a maior bancada de deputados e, com esse número, pode brigar pelo papel. Além disso, Gleisi pretende disputar a Presidência da Casa. 

EDITORIAL: O PT na oposição

Já o Senado tem um funcionamento peculiar. Apesar de serem apenas seis os senadores petistas, Jaques Wagner (BA), o escolhido por Lula para falar pelo partido nesse momento de crise, tem bom trânsito entre parlamentares de demais legendas. 

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