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| Foto: Evaristo Sa/AFP

Em esforço para obter o apoio de partidos do Centrão, o pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, afirmou que as sugestões do bloco capitaneado por PP, DEM, PRB e Solidariedade são bem-vindas no seu plano de governo para o país e que elas não ferirão princípios do seu partido, tradicionalmente ligado à esquerda.

“Eu não quero ser dono da verdade, não quero ser ditador do Brasil. Eu quero reunir as melhores ideias e quero que isso celebre um novo projeto de desenvolvimento. As sugestões [do Centrão] são todas bem-vindas e nenhuma delas vai ferir [nossos] princípios”, disse o político após reunião com empresários do setor de máquinas e equipamentos na sede da Abimaq, em São Paulo. 

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Nesta terça-feira (17), Mauro Benevides, coordenador do plano econômico de Ciro se encontrou com técnicos indicados pelo bloco. Benevides afirmou que de seis pontos tratados, há convergência do PDT com o Centrão em cinco. Na Abimaq, Ciro afirmou que, por não ter se encontrado com Benevides até então, não sabia quais eram os tais pontos. “Mas Mauro me disse que nenhum deles fere princípio nenhum”, disse. 

O político, que na manhã desta terça se reuniu com líderes do PCdoB em Recife (PE), ainda comemorou a proximidade com o Centrão. “A nova geração de políticos desses partidos está pedindo para discutir programa de governo. Viva, todas as discussões deveriam ser assim, sobre programa de governo, e não coisas menores, problemas fisiológicos, como infelizmente a tradição aponta”, disse Ciro. 

Para o pré-candidato do PDT, não há contradição em dialogar com legendas de posições ideológicas diferentes e que ele já fez isso no Ceará quando governou o estado. “O problema brasileiro é tão grave e tão complexo que é absolutamente ilusória a ideia de que algum candidato vai resolvê-lo sem manter um diálogo com forças contraditórias às suas forças originais.” 

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No encontro com a cúpula do PCdoB, o pedetista fez um apelo para que os comunistas o apoiem já no primeiro turno. Segundo participantes, Ciro se apresentou como candidato mais competitivo no campo da esquerda, duvidando do poder de transferência de votos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para um nome indicado por ele dentro do PT. Apesar de não descartar uma aliança com o PDT ainda no primeiro turno, o PC do B mantém hoje a tendência de lançar Manuela d’Ávila como candidata da legenda à Presidência.

“Em nenhum momento deixamos de considerar, e com muito respeito, a candidatura da Manuela, que, aliás, tem se desenvolvido de forma brilhante. Eu apenas quis comunicar, como já tínhamos lá atrás o entendimento, os meus passos diretamente a eles do PC do B porque eu espero governar com eles”, disse Ciro na sede da ABIMAQ.

“Não sou contra reforma trabalhista, sou contra esta reforma”, diz Ciro

O pré-candidato do PDT amenizou seu discurso em relação à reforma trabalhista na reunião com empresários do setor de máquinas e equipamentos. Ciro afirmou que não se opõe uma reforma, mas que é contrário à matéria aprovada pelo governo de Michel Temer. O pedetista, que anteriormente havia prometido revogar o texto caso vença as eleições 2018, disse que, ao falar em “revogar”, fez uso de um “cacoete de professor”. “Não sou contra reforma, sou contra esta.”

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“Essa reforma trabalhista, sem embargo de coisas boas, tem problemas. Ela trouxe ao mundo uma insegurança jurídica e insegurança econômica, e isso destrói o capitalismo. O meu compromisso é trazer essa bola de volta para o centro do campo e recolocar a discussão”, disse o ex-governador do Ceará. “Da proposta aprovada, 10% são coisas aberrantes. Você acha que sindicalismo critica o negociado sobre o legislado? Não, falam da situação da grávida em ambiente insalubre”, disse.

O presidenciável declarou ainda que seu compromisso com os sindicatos foi apenas de recolocar a discussão e disse achar razoável recolocar a possibilidade de uma contribuição sindical em acordos entre empregados e trabalhadores.

Ao falar sobre sua política para investimentos, o pedetista disse ainda que pretende rever o teto de gastos para excluir os investimentos, a educação e a saúde. Ciro citou a experiência como governador do Ceará, onde seu governo fez um ajuste resguardando essas rubricas, e disse que é possível reproduzir isso no Brasil. “Minha maior urgência é fazer um ajuste fiscal severo. É melhor um sacrifício amargo agora porque aí viramos expectativas e o país pode pensar em crescer 5 pontos no ano seguinte”, defendeu.

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