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Coordenadores de quatro núcleos regionais do Vem Pra Rua, um dos principais grupos que defenderam o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), encaminharam na semana passada à coordenação nacional um documento em que anunciam seu desligamento do movimento e apontam falta de transparência.

Os signatários veem também conflito de interesses entre a agendas do grupo e de Rogério Chequer, que deixou a coordenação nacional do Vem pra Rua para disputar o governo de São Paulo pelo Partido Novo. Sua pré-candidatura será oficializada no próximo sábado (19).

A pré-campanha de Chequer motivou uma das queixas dos dissidentes citadas no texto, assinado por Katia Pegos e Rachel Castilho, de Minas Gerais, Marco Lara, coordenador de Uberlândia (MG), Alex Pereira, de Florianópolis (SC), e Joana Barcellos, do Vem Pra Rua Vacaria (RS).

O documento critica uma reunião da “comissão de funding” (financiamento) do grupo que teria também discutido a arrecadação da pré-campanha de Chequer.

“[O encontro] Fere gravamente o pilar suprapartidário do movimento. Foi marcado sem o consentimento e conhecimento dos líderes. Quando confrontamos, insistiram que estão confortáveis com esse caminho, mesmo tendo sido decidido no encontro de líderes que continuaríamos sem apoiar candidatos”, diz o texto.

Chequer disse que o evento em questão era uma reunião privada entre amigos, sem relação com sua pré-candidatura ou com o Vem Pra Rua. O empresário afirma que não houve conversas sobre financiamento de campanha nessa ocasião.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o Vem Pra Rua diz que esse encontro já tinha sido programado por um doador antes da saída de Chequer e do anúncio de sua pré-candidatura.

“O Vem Pra Rua apresentou seu projeto, o Chequer o dele e, então, os doadores escolheram para quem eles queriam doar. Os processos de doação são completamente diferentes um do outro e têm propósitos distintos”, diz a assessoria.

O grupo mantém doadores sob anonimato. “O fato de estarmos em um mesmo evento, privado, cujo foco foi a discussão política, não cria essa conexão”, afirma a assessoria de imprensa da organização.

Carta não significa rompimento

A reportagem procurou os signatários do documento. Conseguiu conversar apenas com Rachel Castilho, do Vem Pra Rua de Minas Gerais.

Ela afirma que o documento, na verdade, não significa um rompimento com a organização nacional, mas um atestado de autonomia de cada um dos núcleos para decidir a sua própria pauta --continuarão, por exemplo, usando o nome Vem Pra Rua.

“A gestão do movimento está muito centralizada. Como está em época de eleição, é interessante que cada cidade tenha autonomia”, diz Castilho.

Em nota, o Vem Pra Rua diz que os signatários estavam entre os 25 membros voluntários do conselho tático. Afirma, ainda, que a saída dos ativistas se deveu a discordâncias de bandeiras e políticas e foi acompanhada por ataques infundados à organização.

“Reforçamos nosso compromisso público com a transparência, a ética e a atuação suprapartidária para continuar a luta por um país melhor e rechaçamos qualquer tentativa de criar factoides para atender agendas próprias”, diz.

Raio-x Vem PraRua

Fundação: 2014

Composição: 200 líderes e mais de 4.000 membros em todo o país

Principal pauta: Combate à corrupção

Líderes: Rogério Chequer, até dezembro de 2017. Atualmente, Adelaide Oliveira é a coordenadora nacional do movimento

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