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Gleisi: “A Justiça que queremos não é só a Justiça da toga, é justiça social”. | Moreira Mariz/Agência Senado
Gleisi: “A Justiça que queremos não é só a Justiça da toga, é justiça social”.| Foto: Moreira Mariz/Agência Senado

A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, disse nesta quarta-feira (13) que há em curso no país uma terceira fase do “golpe”: a tentativa de impedir que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vença as próximas eleições e volte a governar o Brasil. “Isso a gente não pode permitir”, apelou. Em evento com Lula na “Expocatadores”, em Brasília, a dirigente petista afirmou que o partido precisará de muita ajuda e questionou qual crime Lula cometeu.

Gleisi disse que o primeiro golpe foi o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Segundo ela, o segundo foi a retirada de direitos. E a terceira fase, agora, é a ação judicial contra Lula. “A Justiça que queremos não é só a Justiça da toga, é justiça social”, afirmou.

Na terça-feira (12), o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4), a segunda instância da Lava Jato, marcou para 24 de janeiro o julgamento do recurso de Lula contra a condenação dele determinada pelo juiz Sergio Moro, da primeira instância, no caso do apartamento tríplex do Guarujá (SP).

Discurso do PT é de que Lula vem sendo “perseguido”

O tom de Gleisi foi repetido pelas principais lideranças do partido: Lula está sendo “perseguido” pelo Judiciário. A ex-presidente Dilma Rousseff emitiu nota para defendê-lo: “Interditar [a candidatura de] Lula é casuísmo. Eleição sem Lula é eleição sem legitimidade. Eleição sem que Lula tenha direito de concorrer é mais um golpe contra a democracia”.

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O líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ), disse que o partido não tem plano B para a sucessão presidencial e que o ex-presidente será o candidato do partido à Presidência da República “de qualquer jeito”. “Podemos recorrer até ao Supremo Tribunal Federal (STF) e Lula vai ser candidato de qualquer jeito, mesmo sub judice. Esqueça essa história de plano B. Nosso plano A, B, C, D, E, F é o Lula”, disse o senador nesta quarta-feira, 13, em reunião das bancadas do PT da Câmara e do Senado com o ex-presidente.

“Provem um pneu de bicicleta velho rasgado que eu tenha roubado”

O próprio Lula dá o tom que é ecoado pelos demais petistas. “Todo santo dia fazem uma denúncia contra o Lula. Estou desafiando: me provem um pneu de bicicleta velho rasgado que eu tenha roubado. Se provarem eu venho aqui e peço desculpas”, disse o ex-presidente no encontro com os catadores de lixo. “Não vou aceitar ser candidato para não poder ser preso. Quero ser inocentado para ser candidato.”

O ex-presidente também ironizou as pessoas que saem às ruas vestindo camisetas com as cores da bandeira em manifestações contra o PT. Ele criticou aqueles que vestem camisa amarela e “gastam o dinheiro em Miami”, e culpou a classe média pelos 14 milhões de desempregados. “Prefiro os que vestem camisa vermelha e gastam o dinheiro aqui [no Brasil]”, discursou.

Disse que o país só vai dar certo no dia em que os mais pobres forem tratados com respeito e pregou que o “bolo” precisa ser dividido de forma mais justa. “Enquanto tiver um governo cortando orçamento, destruindo as empresas e tratando os mais pobres com desrespeito, esse país não vai dar certo”, destacou.

No discurso de 15 minutos, Lula destacou que algumas pessoas que governaram o país não sabem o que é uma criança morrer de desnutrição e que, por saber isso, fez do combate à fome sua razão de vida. “Eu cada vez que encontro com vocês fico descobrindo porque uma parte da elite tem tanto ódio do Lula”, declarou.

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O petista disse ter orgulho da evolução dos catadores, que tem prazer em ver filho de catador fazendo curso de Medicina, e que em seu governo todos evoluíram, de banqueiros, usineiros a indústria automobilística, pois “ganharam muito dinheiro”. “Algumas pessoas não querem gostar de nós, por isso deram o golpe em Dilma”, concluiu, referindo-se ao processo de impeachment de Dilma Rousseff.

Lula também mandou um recado: “Tem uma parte da imprensa que não gosta de mim e vou dizer: vou voltar e fazer muito mais do que nos últimos oito anos.”

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