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 | Marcelo Andrade    /    Gazeta do Povo
| Foto: Marcelo Andrade / Gazeta do Povo

Candidata ao Senado pelo PT em Minas Gerais, a ex-presidente Dilma Rousseff convive com antigos algozes ao seu lado. Sua coligação – "Juntos com o povo" – reúne candidatos à reeleição na Câmara Federal, de outras legendas, que votaram a favor do impeachment dela em 2016. Não bastasse, alguns desses "traidores" apoiam Jair Bolsonaro (PSL) para a Presidência da República. Ou seja, Dilma tem um pequeno grupo de "sabotadores" no seu grupo. 

Entre os personagens antagônicos da coligação está o deputado Delegado Edson Moreira (PR-MG), um defensor da adoção da pena de morte no país e que transformou numa espécie de bordão a expressão "bala nele", quando se trata de acusados de crimes contra a vida.

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Integrante da chamada ‘bancada da bala’ na Câmara, Moreira entrou na vida pública após sua atuação como delegado que investigou a morte da modelo Eliza Samudio, que culminou com a condenação do ex-goleiro Bruno, do Flamengo.

Aliado de Bolsonaro, o delegado não inclui na sua propaganda eleitoral nem o nome de Dilma e nem do candidato do PT ao governo mineiro, Fernando Pimentel, que tenta a reeleição. Mas na propaganda de rádio e TV, ele está no mesmo bloco que os petistas

"O trato era não fazer propaganda para ninguém mesmo. Foi um acordo que fiz com eles (petistas). Democracia é isso", disse Edson Moreira à Gazeta do Povo. 

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O parlamentar votou a favor do impeachment de Dilma e diz que petista ainda saiu no "lucro" por não ter perdido seus direitos políticos. "Votei a favor do impeachment, sim, mas o que passou, passou. E a Dilma ainda pode disputar eleição. Ela saiu no lucro", afirmou. 

Por ser filiado ao PR, ele também não faz nem campanha para Geraldo Alckmin, do PSDB, candidato apoiado pelo seu partido. "Eu apoio o Bolsonaro também". 

Outros dois deputados do PR mineiro e que tentam a reeleição foram a favor do afastamento de Dilma da Presidência da República. Lincoln Portela, que foi líder do partido que deu sustentação aos governos do PT e um dos fiadores do empresário José Alencar como vice de Lula nas duas vitórias do petista é um deles.

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Portela é um aliado de Bolsonaro. Seu filho, o deputado estadual em Minas, Léo Portela, é um dos coordenadores da campanha do presidenciável do PSL no estado. O deputado Tenente Lúcio, que também busca a reeleição, é outro "golpista" que votou contra a petista no impeachment. 

O quarto deputado mineiro da coligação de Dilma e que votou pelo seu afastamento foi Júlio Delgado, do PSB. O parlamentar, porém, teve uma atuação fundamental para levar o partido em direção ao PT nestas eleições. Foi a principal conquista da legenda de Dilma em termos de apoio nacional, ainda que não esteja formalmente coligado com os petistas.

A adesão informal ao PT impediu o PSB, por exemplo, de lançar candidato ao governo mineiro e levou os petistas a apoiarem a reeleição de Paulo Câmara em Pernambuco, dois estados que estão entre os principais colégios eleitorais. 

Na sua campanha para o Senado, Dilma lembra dos "traidores" o tempo inteiro, com frases como: "os golpistas me arrancaram da Presidência da República" é uma delas e "o que os golpistas mais temem é a vontade do povo" é outra.

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