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Lula em palanque no Sindicato dos Metalúrgicos. | Paulo Pinto/Fotos Públicas
Lula em palanque no Sindicato dos Metalúrgicos.| Foto: Paulo Pinto/Fotos Públicas

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado (7), em discurso de 55 minutos realizado em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo (SP), que vai se entregar.

“Eu não estou escondido. Eu vou lá para eles saberem que eu não tenho medo”, afirmou. “Os poderosos podem matar uma rosa, mas jamais poderão deter a chegada da primavera”, disse.

O ex-presidente disse não ser contra a Operação Lava Jato e que aprova que “bandido seja preso”. “Estou sendo processado e tenho dito claramente que sou o único ser humano processado por um apartamento que não é meu. [O juiz Sérgio] Moro mentiu que apartamento era meu”, disse, em referência ao tríplex no edifício Solaris, no litoral de São Paulo, imóvel que motivou a sua condenação a 12 anos e um mês de prisão.

Lula afirmou ainda não ter medo e disse que gostaria de fazer um debate com Moro sobre a denúncia feita contra ele. Ele também desafiou procuradores e “asseclas”, desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. “Gostaria que Moro me mostrassem as provas”, provocou.

“Por isso que eu sou indignado. Porque eu fiz muita coisa nos meus 72 anos, mas eu não os perdoo por terem passado a sociedade para dizer que eu sou ladrão. Deram a primazia dos bandidos de fazer o ‘pixuleco’ no Brasil inteiro. Deram a primazia para os bandidos de chamar a gente de petralha”, disse Lula.

O ex-presidente também criticou a imprensa por ter publicado acusações contra ele e seus filhos e fez referência à ex-primeira-dama Marisa Letícia, morta em 2017. “Eu talvez viva um momento de maior indignação que um ser humano vive”, disse. “Não é fácil o que sofreu a Marisa. A antecipação da morte da Marisa foi a maior safadeza e sacanagem que a imprensa e o Ministério Público fizeram”, disse. O discurso foi realizado durante a missa em homenagem à ex-primeira-dama.

“Há muito tempo atrás eu sonhei que era possível um metalúrgico sem diploma na universidade cuidar mais da educação do que os diplomados e concursados que governaram esse país”, afirmou. “Se foi esse o crime que eu cometi, eu vou continuar sendo criminoso.”

Antes de falar das denúncias, Lula contou histórias sobre sua trajetória no sindicato, lembrando a greve histórica de 1980, interrompendo o discurso, a certa hora, para pedir atendimento a um militante que estava passando mal. O político falou ainda sobre seu governo. “Eu sonhei que era possível governar esse País envolvendo milhões de pessoas pobres na economia”, disse.

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