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| Foto: Nelson Almeida/AFP

A deputada federal e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, divulgou um vídeo nas redes sociais sobre a crise na Venezuela. No material, a deputada explica o que ela considera ser os “verdadeiros motivos por trás dos ataques” contra o ditador Nicolás Maduro.

ASSISTA: A íntegra do vídeo de Gleisi

 A crise na Venezuela chegou no fim de semana a um ponto crítico depois de tentativas de envio de ajuda humanitária ao país. Maduro fechou a fronteira do país com o Brasil e com a Colômbia, países de onde sairiam caminhões carregados de remédios e alimentos. Parte da carga foi incendiada na Colômbia e houve conflitos nas duas fronteiras, inclusive com mortes. 

No vídeo, Gleisi defende a eleição de Maduro. “Gostem ou não, Maduro foi eleito com 67% dos votos do povo venezuelano. E lá o voto é facultativo, participa quem quer”, explica a deputada. Gleisi diz ainda que três candidatos da oposição participaram da eleição com Maduro, “dentro das regras da Constituição da Venezuela e da sua legislação eleitoral”. “Como é que outros países se acham no direito de questionar o voto do povo venezuelano?”, questiona a deputada. 

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Gleisi alega ainda que uma comissão externa acompanhou o processo eleitoral no país vizinho. “Aliás, você sabia que uma comissão externa, independente, acompanhou e atestou a validade das eleições na Venezuela?”, diz Gleisi. 

A deputada ainda destaca uma declaração do ex-primeiro-ministro espanhol José Luís Zapatero, em entrevista ao jornal O Globo no ano passado, em que ele condenava sanções contra a Venezuela e defendia o diálogo como saída da crise. Zapatero chegou a mediar negociações entre o governo e a oposição na Venezuela no ano passado, sem sucesso. 

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Para Gleisi, as motivações são econômicas : o petróleo

Para Gleisi, o que está por trás de uma “ação coordenada” de ataque à Maduro, liderada pelos Estados Unidos, é uma motivação econômica. “Não é motivada por nenhuma preocupação com o povo. A Venezuela possui as maiores reservas de petróleo do mundo. Pode assumir esse ano a presidência da Opep [Organização dos Países Exportadores de Petróleo]”, diz a deputada. 

Gleisi lembra da ofensiva dos Estados Unidos contra o Iraque há alguns anos e relaciona os dois casos. “Em nome de defender o direito do povo e instalar a democracia, os Estados Unidos invadiram o Iraque. Mais de 250 mil pessoas morreram e cidades foram totalmente destruídas. O rastro que ficou foi de fome, miséria e destruição”, disse. 

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 Gleisi também critica o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (PSL). “Quem em sã consciência acha que a preocupação é mesmo com o povo? Se fosse isso, por que não estão falando da fome no Iêmen? Por que hostilizam imigrantes? Será que foi a mesma preocupação com direitos humanos que fez Trump enjaular as crianças como animais?”, critica Gleisi. 

 “A saída não é o conflito, mas a solução pacífica, fruto da negociação política e de entendimento entre os países e entre as partes da própria Venezuela”, defende a deputada. “Não precisa concordar com Maduro, com seu governo ou com os processos institucionais venezuelanos para entender que, no caso de uma intervenção militar na Venezuela, o papel do Brasil, infelizmente, será o de bucha de canhão dos Estados Unidos.”

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