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Joaquim Levy foi ministro da Fazenda no governo Dilma Rousseff e agora é cotado para assumir o BNDES no governo Bolsonaro | Marcelo Camargo/Agência Brasil/
Joaquim Levy foi ministro da Fazenda no governo Dilma Rousseff e agora é cotado para assumir o BNDES no governo Bolsonaro| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/

A equipe de assessores econômicos do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), sondou o economista Joaquim Levy para presidir o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Paulo Guedes, futuro ministro da Economia, considera Levy um bom nome para cargo, segundo interlocutores da equipe. Assim como ele, Levy passou pela Universidade de Chicago (EUA). A tendência é que o economista aceite o convite, pois a ideia lhe agrada.

No entanto, o convite precisa ser avalizado por Bolsonaro e sua equipe política. Existe resistência a quadros que estiveram ligados à gestão petista. Levy foi ministro da Fazenda no governo Dilma Rousseff (PT) em um de seus momentos mais críticos.

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O BNDES na possível gestão Levy

Segundo uma fonte que acompanha a formação da equipe de governo do presidente eleito, Levy assumiria o cargo sob promessa de ampliar a interação do BNDES com os organismos multilaterais, como o próprio Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Eventuais parcerias para o banco brasileiro captar recursos junto a essas instituições permitiriam ampliar o montante a ser devolvido ao Tesouro no próximo ano.

A indicação de Levy pode ser considerada uma vitória da visão econômica mais liberal, capitaneada por Paulo Guedes dentro do governo. O grupo formado por militares na equipe de Bolsonaro, com visão um pouco mais estatizante, defenderia um BNDES menor, mas com alguma função no financiamento à inovação e aos investimentos em infraestrutura.

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Já para o grupo mais liberal, o BNDES poderia se dedicar apenas às privatizações de estatais e estruturação de projetos de concessões de infraestrutura à iniciativa privada. Essa função teria prazo de validade. Vendidas as estatais e concedidos os principais projetos de infraestrutura em carteira, o BNDES poderia até mesmo ser extinto.

Currículo

Levy é engenheiro naval e PhD em economia pela Universidade de Chicago. Era diretor do Bradesco até ser convidado para o cargo de ministro, em novembro de 2014. Ele permaneceu no posto até dezembro de 2015, quando foi substituído por Nelson Barbosa. Atualmente, é diretor financeiro do Banco Mundial.

Foi também secretário do Tesouro Nacional no governo Lula, integrando a equipe montada pelo então ministro da Fazenda Antônio Palocci. Também ocupou o cargo de secretário de Fazenda no primeiro governo de Sérgio Cabral no Estado do Rio.

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Antes de voltar ao governo federal, no segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff, foi presidente da Bram, a gestora de recursos do Bradesco.

Quando assumiu o Ministério da Fazenda, em 2015, Levy comandou uma primeira rodada de contenção no BNDES, com elevação de taxas de juros. O economista Luciano Coutinho seguiu no comando do banco de fomento, mas o então ministro foi nomeado presidente do Conselho de Administração da instituição, ampliando a vigilância sobre suas ações.

Procurados, Levy e Guedes não responderam aos contatos.

Nomes para Caixa, Tesouro Nacional e Petrobras

Além disso, Guedes também tem manifestado o desejo de manter três nomes do governo Michel Temer na gestão Bolsonaro. No desenho da equipe do presidente eleito, Ana Paula Vescovi, atual secretária-executiva do Ministério da Fazenda, ficaria com a presidência da Caixa Econômica Federal.

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O atual secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, seria mantido também na área econômica. Guedes pretende ainda manter Ivan Monteiro, presidente da Petrobras, no comando da estatal.

Não há confirmações ainda de que os convites tenham sido aceitos.

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