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Imagem aérea do Corpo de Bombeiros mostra a dimensão do incidente: rejeitos da barragem que se rompeu atingiram o rio Paraopeba, que deságua no rio São Francisco. | AFP
Imagem aérea do Corpo de Bombeiros mostra a dimensão do incidente: rejeitos da barragem que se rompeu atingiram o rio Paraopeba, que deságua no rio São Francisco.| Foto: AFP

Funcionário de uma empresa que presta serviços à mineradora Vale, Mayke Ferreira afirma que o rompimento da barragem em Brumadinho (MG) atingiu escritórios, refeitório e almoxarifado da mineradora que ficam próximo à barragem. Mayke, que atua na lavagem de caminhões da Vale, diz que estava em um dormitório próximo de onde a lama passou, numa área que não foi atingida.

“Fui acordado por um grande estrondo, seguido de um barulho crescente. Quando saí, viu uma nuvem de poeira gigantesca e uma onda de lama. Era uma onda que vinha por cima da outra e um ronco das coisas sendo arrastadas”, diz o funcionário.

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Ele afirma que o acidente aconteceu por volta das 13h desta sexta-feira (25), momento em que parte dos funcionários ainda estava no refeitório em horário de almoço. Diz ter presenciado feridos no local do acidente e ajudou uma adolescente, que teve as pernas quebradas, a sair de dentro da lama.

Salvo por pouco

O biólogo Luiz Guilherme Fraga e Silva, 27 anos, se salvou “por uns 30 segundos” de ser levado pelos rejeitos da barragem que rompeu, em Brumadinho. Mineiro de Belo Horizonte, ele fazia um trabalho de campo na cidade, tirando fotos da comunidade, quando viu um tsunami de lama vindo em direção à ponte em que estava.

“Saiu varrendo tudo e eu fui correndo para um trevo próximo. Vi todo mundo saindo gritando das casas e a lama levando os fios de postes de luz, tudo caindo”, conta Luiz Guilherme.

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Ele diz que nunca teve receio de a barragem se romper, nem mesmo após o acidente em Mariana (MG). “Foi uma surpresa muito grande. Na hora tive muito medo, e até agora não caiu a ficha, nem sei como estou dirigindo”, diz ele, que está na estrada de volta à capital mineira.

Segundo a empresária mineira Natália Farina, 30, a região atingida tem em torno de mil moradores. Ela, que estava trabalhando no centro de Brumadinho no momento do incidente, disse que não houve alerta antes do rompimento por lá, e que a lama continua descendo, enquanto a população busca abrigo em partes altas da cidade.

Atendimento aos feridos

Pelos menos quatro pessoas socorridas da lama em Brumadinho deram no hospital de pronto socorro João 23, em Belo Horizonte. Foram duas mulheres, de 15 e 22 anos, e dois homens. As vítimas chegaram ao hospital resgatadas pelo helicóptero do Corpo de bombeiros. Estão neste momento no setor de politraumatizados. Eles estão estáveis e conscientes.

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Rio afetado por rejeitos da barragem deságua no São Francisco

O rio Paraopeba, que recebeu os rejeitos da barragem que se rompeu em Brumadinho, deságua no rio São Francisco. A foz do Paraopeba fica na hidrelétrica de Três Marias, instalada no famoso rio que corta cinco estados.

O estado de Minas Gerais faz uma força-tarefa para reduzir ao máximo a chegada de rejeitos na foz do Paraopeba. De acordo com Celia Fróes, diretora da agência de bacia hidrográfica Peixe Vivo, choveu bastante nos últimos dias na cabeceira do rio São Francisco, o que representa uma chance de que os rejeitos se diluam com mais facilidade.

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