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| Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por participação no “quadrilhão do PT”, o casal Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann é acusado por Rodrigo Janot de cobrar propina dentro do Ministério do Planejamento. O esquema teria movimentado pelo menos R$ 7 milhões em propina, segundo a denúncia apresentada nesta terça-feira (5). Para a senadora, a denúncia “é sem fundamento”

Em paralelo, Gleisi e Paulo Bernardo ainda teriam dado suporte ao esquema do partido por meio dos ministérios que comandaram nas gestões petistas – Planejamento, Comunicações e Casa Civil. A denúncia ainda cita a senadora paranaense como uma das mais beneficiadas pelos desvios na Petrobras, no Planejamento e junto à Odebrecht e à JBS, ao mencionar diversos repasses via caixa 2 a campanhas eleitorais disputadas por ela. Ambos sempre negaram as irregularidades.

Segundo a PGR, entre 2009 e 2015, Bernardo e Gleisi atuaram no Ministério do Planejamento, uma das ramificações do esquema petista, ao lado do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Isso teria ocorrido na gestão de Bernardo à frente da pasta por meio da contratação da empresa de informática Consist – sem licitação e cujo contrato era renovado anualmente − para desenvolver e gerenciar um software de controle de créditos consignados a servidores públicos federais. Até então, o serviço era prestado pela empresa pública Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados).

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“A Consist negociou o pagamento mensal de vantagens indevidas a agentes públicos da referida pasta ministerial e a terceiros indicados pelo núcleo político do PT da presente organização criminosa, as quais, calculadas sobre percentuais do faturamento da empresa em decorrência dos referidos serviços, superaram, entre 2010 e 2015, os R$ 100 milhões. Ao final, o custo financeiro da propina foi repassado aos servidores públicos federais tomadores de empréstimos consignados”, diz a denúncia.

O repasse da propina ao casal petista era feito por meio de intermediários, que lavavam o dinheiro ao firmar contratos fictícios de prestação de serviços com a Consist. O principal “parceiro” dos dois, de acordo com a PGR, envolvia o escritório do advogado curitibano Guilherme Gonçalves – ele também sempre negou as irregularidades −, com o qual a empresa de informática simulou um acordo de serviços advocatícios em abril de 2010 mediante um repasse mensal de 9,6% do faturamento dela. O porcentual foi reduzido para 4,8% e depois 2,9% com a saída de Bernardo do ministério.

“Ao final, Guilherme Gonçalves recebeu R$ 7.031.835,33 da Consist, auferindo para si inicialmente 10% dos valores repassados pela Consist e, após maio de 2011, 30%, transferindo o restante da propina a Paulo Bernardo e a Gleisi”, afirma a peça. Descontados 15% de impostos, os valores foram movimentados em três contas no Banco Itaú e serviram para pagar funcionários de confiança do casal; honorários advocatícios e custas processuais, inclusive do PT do Paraná; despesas pessoais – incluindo um videogame para o filho deles – e também de campanhas eleitorais; e parte foi aplicada em fundos de investimento, atingindo um montante de R$ 2,5 milhões ao final de 2014.

Conforme a PGR, o esquema no Planejamento só foi encerrado com a deflagração das operações Pixuleco 1 e 2, em julho e agosto de 2015.

Outro lado

A senadora Gleisi Hoffmann se manifestou sobre a denúncia em sua página no Facebook: “É uma denúncia sem qualquer fundamento. Busca criminalizar a política e o Partido dos Trabalhadores no mesmo momento em que malas de dinheiro são descobertas e membro do Ministério Público é envolvido em denúncias”.

Leia a nota divulgada pelo Partido dos Trabalhadores:

A denúncia apresentada nesta terça-feira (5/9) pela Procuradoria Geral da República parece uma tentativa do atual procurador-geral de desviar o foco de outras investigações, que também envolvem um membro do Ministério Público Federal, no momento em que se prepara para deixar o cargo.

Não há fundamento algum nas acusações contra o Partido dos Trabalhadores. Desde o início das investigações da Lava Jato, o PT vem denunciando a perseguição e a seletividade de agentes públicos que tentam incriminar a legenda para enfraquecê-la politicamente.

Esperamos que essas mentiras sejam tratadas com serenidade pela justiça brasileira, e terminem arquivadas como já ocorreu com outras denúncias sem provas apresentadas contra o partido.

Da Assessoria de Imprensa do Partido dos Trabalhadores

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