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| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Capitão Augusto (PR-SP), 52, é um dos candidatos que correm por fora, sem apoio da própria legenda, na disputa pela presidência da Câmara. E daí?, ele pergunta.

Rodrigo Maia (DEM-RJ) pode até ser o favorito no primeiro turno, mas o deputado reeleito aposta que o atual presidente da Câmara descarrila no segundo.

Presidente da frente parlamentar de segurança pública, este defensor do regime militar espera chegar até o round dois com um discurso linha-dura na segurança e credenciais de “amigo do Bolsonaro”.

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“Tenham certeza absoluta que PT, PC do B, PSOL e Rede vão estar subindo no palanque do Rodrigo. Aí, ver o pessoal da esquerda apoiando o Rodrigo, talvez o antipetismo fale mais alto”, diz à reportagem.

Ex-capitão da PM paulista, ele defende uma reforma da Previdência diferenciada para militares e diz que está com tudo pronto no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para criar o Partido Militar Brasileiro.

O número “vai ser 38, homenagem ao calibre mais conhecido no Brasil, o três oitão.”

Por que o senhor se candidatou à presidência da Câmara?

Trabalhar o alinhamento com presidente Bolsonaro. A gente sabe que é imprescindível [ele] ter um aliado na Câmara. E tem a bandeira da segurança. Nos últimos anos, ficamos extremamente decepcionados com o presidente da Câmara por não pautar projetos que queríamos para a área.

Especialistas pró-armas consideraram o decreto para posse que o presidente assinou tímido demais.

Foi perfeito. Se fizesse para mais, corria o risco de haver judicialização, o pessoal recorrer ao Supremo Tribunal Federal para derrubá-lo. E abriu um caminho enorme para fazer a flexibilização do porte de armas, este sim, lá pelo Congresso.

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Que outros projetos na área da segurança devem ser prioridades?

Vamos propor alterações no Código Penal, na Lei de Execuções penais, no Estatuto da Criança e do Adolescente e mesmo na Constituição, sempre com finalidade de endurecimento. Todo mundo sabe que investimento na educação é o principal, mas leva 20, 30 anos para dar resultado. A curto prazo, o único remédio que temos para o controle da criminalidade é o endurecimento. O marginal pode ser tudo menos bobo. Sabe que, se cometer homicídio e for condenado sem progressão da pena, saída temporária, visita íntima ou celular na cadeia, vai pensar duas vezes.

O sr. tem licença para porte [poder carregar uma arma, e não mantê-la em casa ou no local de trabalho, como determina a posse]?

Tenho uma pistola. E, por incrível que pareça, depois de 24 anos de Polícia Militar, de ter sido capitão da PM, presidente da bancada da bala, não tenho direito a porte de arma. Por quê? Porque fica a critério do delegado da Polícia Federal conceder ou não uma. E raramente existe essa possibilidade. Várias categorias, como policiais que se aposentam, não têm direito. É um absurdo.

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O sr. vem enviando pelo WhatsApp charges para criticar o apoio do PSL a Maia.

Entendo perfeitamente que o PSL precisa ter espaço na Mesa, precisa de cargos e tudo o mais. Mas o que compartilhei foi uma charge irônica sobre a deputada [Joice Hasselmann] que tinha tecido críticas severas ao Maia e depois estava quase que fazendo juras de amor ao Rodrigo.

Como sua candidatura é viável, se nem sequer seu partido o endossa?

Maia já é o mais votado no primeiro turno, sabemos disso aí. Mas a eleição deve se decidir no segundo turno. No primeiro, meus adversários mesmo acabam sendo o JHC [PSB-AL], o Fabinho Ramalho [MDB-MG], o Alceu Moreira [MDB-RS], até mesmo o Kim Kataguiri [DEM-SP], o Freixo [PSOL-RJ]. Com esses aí levo uma pequena vantagem. Temos 20 policiais militares eleitos, sou o presidente da bancada da segurança e tenho grande acesso ao pessoal do PSL, do PR. No segundo turno o favoritismo do Rodrigo se inverte um pouco: eu, como capitão, militar e amigo do Bolsonaro? Tenham certeza absoluta que PT, PC do B, PSOL e Rede vão estar subindo no palanque do Rodrigo. Aí, ver o pessoal da esquerda apoiando o Rodrigo, talvez o antipetismo fale mais alto.

Como os militares devem ser contemplados na reforma da Previdência?

Tem que ter tratamento diferenciado. Não temos os mesmos direitos: limitação de jornada de trabalho, gratificação por trabalho noturno, direito a greve. Não pode imputar os mesmos deveres de uma categoria comum.

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