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 | Marcelo Camargo/Agência Brasil/Fotos Públicas
| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Fotos Públicas

O economista Joaquim Levy aceitou o convite do futuro ministro da Economia Paulo Guedes para presidir o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no governo de Jair Bolsonaro (PSL).

Com extensa experiência em gestão pública, Levy é PhD em economia pela Universidade de Chicago e atualmente ocupa a diretoria financeira do Banco Mundial. O economista foi ministro da Fazenda no segundo governo de Dilma Rousseff (PT), em 2015, no momento em que a crise econômica batia na porta do Brasil.

Tentou, sem sucesso, promover reformas, sobretudo na Previdência, mas se viu sozinho – estava sem apoio no governo e no Congresso. Acabou demitido por pressões do próprio PT.

Levy é engenheiro naval e era diretor do Bradesco até ser convidado para o governo Dilma. Foi também secretário do Tesouro Nacional no governo Lula, integrando a equipe montada pelo então ministro da Fazenda Antônio Palocci. Também ocupou o cargo de secretário de Fazenda no primeiro governo de Sérgio Cabral no Estado do Rio.

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Quando assumiu o Ministério da Fazenda, Levy comandou uma primeira rodada de contenção no BNDES, com elevação de taxas de juros. O economista Luciano Coutinho seguiu no comando do banco de fomento, mas o então ministro foi nomeado presidente do Conselho de Administração da instituição, ampliando a vigilância sobre suas ações.

Segundo uma fonte que acompanha a formação da equipe de governo do presidente eleito, Levy assumirá o cargo sob promessa de ampliar a interação do BNDES com os organismos multilaterais, como o próprio Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Eventuais parcerias para o banco brasileiro captar recursos junto a essas instituições permitiriam ampliar o montante a ser devolvido ao Tesouro no próximo ano.

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A indicação de Levy pode ser considerada uma vitória da visão econômica mais liberal, capitaneada por Paulo Guedes dentro do governo. O grupo formado por militares na equipe de Bolsonaro, com visão um pouco mais estatizante, defenderia um BNDES menor, mas com alguma função no financiamento à inovação e aos investimentos em infraestrutura.

Já para o grupo mais liberal, o BNDES poderia se dedicar apenas às privatizações de estatais e estruturação de projetos de concessões de infraestrutura à iniciativa privada. Essa função teria prazo de validade. Vendidas as estatais e concedidos os principais projetos de infraestrutura em carteira, o BNDES poderia até mesmo ser extinto.

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