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Ricardo Barros concorre avulso à presidência da Câmara pelo PP. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Ricardo Barros concorre avulso à presidência da Câmara pelo PP.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O deputado Ricardo Barros (PP-PR) é candidato avulso à presidência da Câmara. Ex-ministro da Saúde no governo Michel Temer, ele diz que seu partido deseja fazer parte da base do presidente Jair Bolsonaro por ter DNA governista. “Temos um presidencialismo de coalizão, e um governo, apenas com o seu partido, não vai a lugar nenhum”, afirma Barros.

Tesoureiro nacional do PP, o ex-ministro tenta convencer legendas do Centrão e da esquerda a se oporem ao que considera um empoderamento do DEM e do atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a quem chama de “candidato chapa-branca”.

A candidatura do sr. é simpática ao governo Bolsonaro?

Não podemos ser um puxadinho do Palácio, votar só medida provisória e a pauta do governo. As pautas da sociedade têm de ser votadas também, mas não queremos atrapalhar.

O sr. abriu diálogo com o Planalto?

Eu informei, mas não pedi apoio, nem pedi licença.

O PP é ou será base do governo Bolsonaro?

Eu diria que o PP quer ser base do governo Bolsonaro. Mas o governo tem que querer o PP.

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E o governo querer o PP significa o quê?

O DNA de nossos parlamentares é ser governo. O PP foi base e eu fui vice-líder de todos os governos. Temos um presidencialismo de coalizão, e um governo, apenas com o seu partido, não vai a lugar nenhum. Precisa construir a coalizão. Como o presidente Bolsonaro estabeleceu um novo modelo de relação com o Congresso, ainda não sabemos na prática como isso vai se dar.

O Planalto demonstrou se o PP participará do governo?

Não me compete fazer essas conversas.

O presidente diz que não vai interferir na eleição.

Não houve um comando geral para que o governo todo trabalhasse para um candidato. O Palácio está atendo, e os ministros têm trabalhado para os seus partidos.

O PSL, partido de Bolsonaro, diz que o apoio deles a Maia não é apoio do governo. Dá para dissociar?

Maia é o candidato chapa-branca. É ele o candidato do governo. Embora não esteja expresso, ninguém tem dúvida de que algum compromisso foi feito no sentido de privilegiar as pautas do governo. O acerto foi feito na sala do Eunício (Oliveira, presidente do Senado), no dia da posse.

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De que maneira a disputa no Senado influencia na Câmara?

O DEM tem três ministérios, a presidência da Câmara e quer a do Senado também. Os demais partidos devem avaliar o quanto interessa que o Democratas se empodere dessa forma. Na janela de troca de partidos, o Maia não deu refresco aos aliados, foi para cima, para crescer a bancada dele, que saiu de 22 para 41 deputados. Daqui a pouco ele vai engolir o PSL.

Qual é a plataforma da sua candidatura?

O Judiciário está usurpando as prerrogativas do Parlamento. Não é culpa deles. Nós não enfrentamos determinados temas, e eles decidem. A Câmara precisa votar as reformas, aprovar a pauta do Moro. Mas não queremos que o Judiciário se transforme num poder acima dos demais. Tem que ter uma modulação nesse assunto.

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