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| Foto: Alerj/Divulgação

A mãe e a mulher do capitão Adriano Magalhães da Nóbrega, apontada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro como o homem-forte do Escritório do Crime, milícia suspeita de ligação com o assassinato da vereadora Marielle Franco e alvo de um mandado de prisão nesta terça-feira, foram empregadas do gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) até novembro do ano passado. As informações foram reveladas pelo jornal O Globo. Flávio foi eleito senador pelo Rio e está às voltas com o caso de movimentações financeiras suspeitas de seu ex-assessor Fabrício Queiroz, identificadas pelo Coaf.

Adriano, que é amigo de Queiroz, também recebeu duas homenagens de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Ele é acusado há mais de uma década por envolvimento em homicídios. Sua mãe, Raimunda Veras Magalhães, e sua mulher, Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega, ocuparam cargos no gabinete de Flávio na Assembleia. Segundo O Globo, o cargo das duas era CCDAL-5, com salários de R$ 6.490,35. Elas foram exoneradas a pedido no dia 13 de novembro de 2018, conforme o Diário Oficial do Estado.

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O PM, que foi integrante do BOPE, foi preso em 2011 durante a operação Dedo de Deus, que combatia o jogo do bicho no Rio. Nessa época, ele era capitão da PM. Sua mãe, Raimunda, é uma das servidores que fizeram repasses para a conta de Fabrício Queiroz, também investigado pelo MP do Rio. A mulher, que tem 68 anos, repassou R$ 4,6 mil para a conta de Queiroz. Ela teve cargos na Alerj desde março de 2015, quando foi nomeada como assessora da liderança do PP, partido ao qual Flávio Bolsonaro era filiado na época. Ela ficou nessa função até março de 2016, pouco depois de Flávio trocar o PP pelo PSC. Em junho de 2016, Raimunda voltou a trabalhar na Alerj, dessa vez lotada no gabinete de Flávio. Danielle aparece como servidora da Alerj desde novembro de 2010, segundo O Globo.

O Globo mostra que o relatório do Coaf aponta mais uma possível ligação entre Queiroz e Adriano. Raimunda é sócia de um restaurante no Rio Comprido, que fica em frente à agência do banco Itaú na qual foi feita a maior parte dos depósitos em dinheiro vivo na conta de Fabrício Queiroz. Naquela agência, o Coaf msotrou que foram feitos 17 depósitos não identificados em dinheiro, no total de R$ 91,7 mil.

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Homenagens na Alerj

Flávio Bolsonaro fez duas homenagens à Adriano Magalhães da Nóbrega na Alerj. Em outubro de 2009, foi apresentada uma moção de louvor ao PM, que atuava com “brilhantismo e galhardia”. Naquela época, Adriano era 1º tenente e comandante da guarnição de Patrulhamento Tático Móvel do 16º BPM (Olaria). A segunda homenagem foi feita em julho de 2005, quando Flávio concedeu a Medalha Tiradentes ao policial, a mais alta honraria da Alerj. 

Flávio diz funcionária foi indicada por Queiroz

O senador eleito publicou nota oficial no Facebook sobre o caso. “Continuo a ser vítima de uma campanha difamatória com objetivo de atingir o governo de Jair Bolsonaro”, diz o texto. “A funcionária que aparece no relatório do Coaf foi contratada por indicação do ex-assessor Fabrício Queiroz, que era quem supervisionava seu trabalho. Não posso ser responsabilizado por atos que desconheço, só agora revelados com informações desse órgão.”

Sobre as homenagens, diz que sempre atuou na defesa de agentes de segurança pública e já concedeu “centenas de outras homenagens”.

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