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O senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) informou que não comparecerá nesta quinta-feira (10) para prestar depoimento ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ). Ele foi convidado para falar sobre o caso de seu ex-assessor na Assembleia Legislativa do Rio Fabrício Queiroz, citado em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) por ter movimentado R$ 1,2 milhão de forma “atípica”, investigação que é um desdobramento da Lava Jato.

Com prerrogativa parlamentar por ser deputado estadual, o filho de Jair Bolsonaro (PSL) não estava obrigado a comparecer ao órgão, podendo marcar outra data para o depoimento. Nas redes sociais, o senador eleito se comprometeu a agendar novo dia e horário para prestar esclarecimentos. Ele disse que não é investigado, que ainda não teve acesso aos autos e que só foi notificado do convite do órgão na segunda-feira (7). “No intuito de melhor ajudar a esclarecer os fatos, pedi agora uma cópia do mesmo para que eu tome ciência de seu inteiro teor”, escreveu.

Queiroz e familiares também faltaram a depoimento

Na terça (8), familiares de Queiroz também faltaram ao depoimento no Ministério Público. Suas filhas, Nathalia e Evelyn, e a mulher, Marcia Aguiar, alegaram que estão em São Paulo acompanhando Queiroz em tratamento de um câncer intestinal.

Em petição, a defesa de Queiroz informou ao órgão que ele estava internado no Hospital Albert Einstein. Ele teve alta na terça, após dar entrada no dia 30 de dezembro e passar por cirurgia no dia 1.°. Segundo seu advogado, Paulo Klein, a internação foi custeada pelo ex-assessor, que apresentará os recibos.

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A defesa pediu que os depoimentos sejam marcados para o fim do tratamento, sem previsão para ser encerrado. Queiroz já faltou a dois encontros com o Ministério Público.

Em nota, o órgão disse que tem informações que permitem o prosseguimento das investigações, com a realização de outras diligências como quebra de sigilo bancário e fiscal.

Entenda o caso

Relatório do Coaf identificou que Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. Segundo o Coaf, as transações são “incompatíveis com o patrimônio, a atividade econômica ou ocupação profissional” do ex-assessor.

Em 2016, Queiroz fez 176 saques em espécie. O policial chegou a realizar cinco saques no mesmo dia, somando mais de R$ 18 mil. No total, as retiradas chegaram a mais de R$ 300 mil.

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Oito funcionários ou ex-funcionários do gabinete de Flávio Bolsonaro realizaram repasses para Queiroz. Sua mulher e duas filhas são citadas no relatório. O nome de uma delas, Nathalia, aparece no documento ao lado do valor de R$ 84 mil, mas não há detalhes sobre estes repasses.

Nathalia trabalhou como assessora de Flávio e, posteriormente, no gabinete de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados. Ela atuava como personal trainer no Rio no mesmo período.

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Em entrevista ao jornal SBT Brasil, Queiroz disse que parte da movimentação atípica veio da compra e venda de carros e negou ser laranja de Flávio Bolsonaro.

A família Bolsonaro tem evitado dar explicações sobre o assunto, afirmando que cabe ao ex-assessor esclarecer os fatos.

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