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Flávio Bolsonaro é cumprimentado no plenário do Senado | Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Flávio Bolsonaro é cumprimentado no plenário do Senado| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Derrotado na eleição para o comando do Senado, o MDB de Renan Calheiros (AL) agora terá espaço no comando da Casa. Além de assegurar uma vaga de direção para o partido, o acordo costurado pelo novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), também inclui o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) para ocupar um cargo na Mesa Diretora da Casa. A eleição interna está marcada para esta quarta-feira (6).

Filho do presidente Jair Bolsonaro, Flávio deverá ser indicado pelo PSL para assumir a terceira-secretaria do Senado. O posto não tem atribuições administrativas de grande relevância; apenas fazer a chamada dos colegas no plenário e contar os votos. Mas o cargo na Mesa Diretora dá a Flávio, que está no primeiro mandato, a possibilidade de contratar ao menos 13 funcionários comissionados, com salários de até R$ 22 mil, além dos que ele já tem direito em seu gabinete.

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Flávio enfrenta desgaste político desde que seu ex-assessor na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) Fabrício Queiroz teve movimentações financeiras de R$ 1,2 milhão consideradas suspeitas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Eleito para a presidência do Senado com um discurso de renovação, Alcolumbre minimizou as suspeitas referentes a Flávio. “Investigados tem tantos nomes aí no Brasil. É preciso aguardar e ter tranquilidade. Não posso me meter nessa indicação do PSL”, argumentou Alcolumbre.

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O PSL tem quatro senadores, a oitava maior bancada da Casa. Mesmo assim, Alcolumbre decidiu abrir espaço ao partido pelo fato de ser a sigla de Bolsonaro. A bancada do PSL também reivindica o comando de outras duas comissões na Casa, a de Agricultura e a de Segurança, que ainda deve ser criada.

MDB vai ganhar cargo, mas reclama

Pelo acordo costurado por Alcolumbre, caberá ao MDB a segunda-secretaria. A sigla tem a maior bancada da Casa, com 13 senadores, mas sofreu forte revés após a derrota de Renan.

Apesar do aceno de Alcolumbre ao oferecer o posto na cúpula da Casa ao partido, o líder da legenda, Eduardo Braga (AM), reclamou. “Registrei claramente a nossa preocupação com a questão da proporcionalidade, que é muito importante nas horas mais íngremes de um Parlamento. Obviamente, a gente reconhece que há uma circunstância política. Houve uma disputa e nós não a vencemos”, disse ele. Pelo regimento interno do Senado, a participação proporcional de partidos e blocos deve ser respeitada.

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Braga admitiu que pode indicar a senadora Simone Tebet (MDB-MS) para o cargo como um gesto de “bom senso”. Nos bastidores, porém, quem ganha força entre os emedebistas é Eduardo Gomes (MDB-TO).

Além disso, terão lugar na Comissão Diretora do Senado – o grupo de sete senadores que comandam os trabalhos da Casa –, o PSDB (primeira-vice-presidência), o Podemos (segunda-vice-presidência) e o PSD (primeira-secretaria). A quarta-secretaria será negociada entre PT, PP, PDT e PSB. Dois tucanos disputam a primeira-vice: Antonio Anastasia (MG) e Izalci Lucas (DF).

Definição sobre comissões fica para semana que vem

discussões sobre o comando das comissões devem ficar para a semana que vem. Das mais importantes, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) ainda aguarda acordo entre o MDB e o PSDB. Já a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) está reservada ao PSD. O nome indicado deve ser o do senador Omar Aziz (AM).

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