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| Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O presidente Michel Temer cedeu à pressão do interventor federal Braga Netto e mudou a previsão de repasse de recursos para o Rio de Janeiro. O Palácio do Planalto anunciou na noite desta segunda-feira (19) que destinará R$ 1 bilhão ao Rio de Janeiro, não mais entre R$ 600 milhões e R$ 800 milhões, como havia anunciado o presidente mais cedo.

A alteração foi definida em reunião do presidente com os ministros Dyogo Oliveira (Planejamento), Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral). A avaliação no encontro foi de que o valor deveria ser elevado para que o governo federal não fosse cobrado no futuro por não ter investido o suficiente na intervenção federal.

Embora o valor tenha aumentado em R$ 200 milhões, ainda ficou muito abaixo do considerado ideal pelo próprio interventor. Em reunião com parlamentares, o general Braga Netto afirmou que são necessários R$ 3,1 bilhões para colocar em dia os gastos que o estado tem com segurança pública. Segundo a deputada Laura Carneiro (DEM-RJ), Braga Netto também teria dito que não seria possível fazer a intervenção gastando menos que R$ 1,5 bilhão.

Antes dessa declaração do general, Temer estimou, durante almoço no Palácio do Itamaraty, que seriam repassados entre R$ 600 milhões e R$ 800 milhões.

Segundo ele, serão destinados entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões para o Ministério da Segurança Pública por meio de um projeto de lei.

A expectativa é de que a medida provisória com os recursos para o Rio de Janeiro seja publicada na quarta-feira (21). Temer informou ainda que ordenou ao interventor  que priorize as investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e que resolva o caso no “menor prazo possível”.

“A determinação é para apurar no menor prazo possível. Todos os esforços, e falei com o general Braga Netto na sexta-feira (16), é para aplicar todos os esforços e todos os recursos para logo solucionar essa questão”, disse.

Sem informar números, Marun diz que violência caiu no Rio

O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse que o governo federal tem “muito a comemorar” na área de segurança, no Rio de Janeiro, apesar do assassinato da vereadora Marielle Franco, na última quarta-feira (14).

Como exemplo, citou a recente apreensão de armas e de um volume recorde de cocaína, no Porto do Rio. Disse ainda que estatísticas “internas” mostram que a violência no estado diminuiu desde que foi decretada intervenção. Ele não informou, no entanto, a quais estatísticas se referiu.

“Só um imbecil poderia achar que em um mês (de intervenção federal) poderíamos viver num Rio de Janeiro onde não acontecessem assassinatos”, afirmou, após encontro com o interventor, general Braga Netto.

Segundo o ministro, “a guerra contra o banditismo é uma prioridade para o governo federal”. Por isso, os recursos serão liberados “no devido tempo”. Marun disse não participar das discussões sobre valores e que não está a par das investigações do assassinato de Marielle.

Ainda assim, arriscou um prazo de conclusão das investigações. “Sessenta a 70 dias é o prazo que têm demandado as investigações de crises mais difíceis. Tenho convicção de que nesse prazo, ou em até menos, possamos comemorar o esclarecimento desses brutais assassinatos”, disse na saída do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC).

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