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Protesto de caminhoneiros na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, na terça-feira (22): grevistas consideraram medida do governo insuficiente e mantêm mobilização. | Antonio Cruz/Agência Brasil/Fotos Públicas
Protesto de caminhoneiros na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, na terça-feira (22): grevistas consideraram medida do governo insuficiente e mantêm mobilização.| Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil/Fotos Públicas

O governo anunciou na terça-feira (22) um acordo com o Congresso para zerar a Cide (um tipo de tributo) do diesel. Mas o impacto da medida será quase imperceptível nos preços na bomba. A alíquota da Cide sobre o combustível é de R$ 50 por metro cúbico, o equivalente a R$ 0,05 (cinco centavos) por litro.

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Com a retirada do tributo, o Planalto esperava convencer caminhoneiros autônomos a retomar as atividades e desobstruir rodovias – eles estão em greve desde o início da semana, o que já ameaça o abastecimento e a produção de diversos setores. Os motoristas, no entanto, consideraram a medida insuficiente e mantêm os protestos.

Uma redução de cinco centavos no preço do diesel não compensaria nem sequer os reajustes da última semana. Na quarta-feira passada (16), a Petrobras vendia o combustível em suas refinarias por R$ 2,27 o litro, em média, sem contar impostos. Desde então, o preço médio subiu sete centavos, chegando a R$ 2,34 por litro nesta quarta (23). Em pouco mais de três meses, o aumento acumulado passa de 60 centavos.

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Com a nova política da Petrobras, implantada no início de julho de 2017, os valores dos combustíveis na refinaria são alterados quase todos os dias, conforme as variações do preço do petróleo no mercado internacional. E ele subiu bastante de lá para cá. Estava perto de US$ 48 por barril e nos últimos dias passou de US$ 79. O dólar também avançou muito desde então, saindo da casa dos R$ 3,30 para quase R$ 3,70.

O impacto sobre o consumidor é nítido. O preço médio do diesel nos postos do país era de R$ 2,99 por litro em junho de 2017, segundo pesquisas da ANP, agência reguladora do setor. Na semana passada, o valor médio chegou a R$ 3,60 – uma alta de 61 centavos, ou 20%, em menos de um ano.

A gasolina, por sua vez, subiu de R$ 3,55 para R$ 4,28 por litro no mesmo intervalo, o que corresponde a um aumento de 73 centavos, ou 21%. Pelo menos por enquanto, o governo não sinalizou a intenção de reduzir ou zerar a Cide da gasolina, cuja alíquota é de R$ 100 por metro cúbico, ou dez centavos por litro.

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