A queda de popularidade do presidente Jair Bolsonaro levou o governo a trocar o comando da Secretaria de Comunicação. O nome mais forte para o lugar do atual secretário, Floriano Barbosa, é o empresário e advogado Fábio Wajngarten. O secretário de imprensa Alexandre Lara também vai deixar o órgão. Segue para a EBC.
Wajngarten conversa frequentemente com o presidente por meio de WhatsApp ou pessoalmente, mas enfrentava resistência do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) para assumir um posto no governo. No meio político, é próximo do senador Major Olímpio (PSL-SP) e do secretário especial de Assuntos Fundiários, Luiz Antonio Nabhan Garcia.
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O escritor Olavo de Carvalho comemorou a possível nomeação de Wajngarten. “Será uma notícia auspiciosa. Espero que se realize”, postou no Twitter. A Secom é subordinada à Secretaria de Governo, comandada pelo general Santos Cruz, desafeto do “guru” bolsonarista.
Interlocutores do Planalto avaliam que o principal trunfo de Wajngarten é o “perfil conciliador”. Há expectativa de que ele possa melhorar a imagem do governo no momento em que as pesquisas mostram queda na popularidade de Bolsonaro, além de aproximar o presidente da imprensa.
Passados 85 dias desde a posse, a avaliação é de que a comunicação da Presidência está “emperrada”. Ex-assessor do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), Barbosa, desde que assumiu a Secom, não recebia a imprensa, embora fizesse parte do seu trabalho, e orientava ministros e subordinados a não conceder entrevistas.
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As agências de comunicação apostam que o novo comando da Secretaria de Comunicação libere mais recursos para campanhas publicitárias do governo. Atualmente, a Secom é a responsável pela produção de todas as peças da Esplanada: desde a da reforma da Previdência até as de combate ao mosquito da dengue.
Importantes nomes da equipe econômica se animaram com a saída de Barbosa. Há uma reclamação de que 48 das 50 campanhas publicitárias produzidas pela Secretaria de Comunicação precisaram passar por reparos por técnicos da área jurídica do ministério chefiado por Paulo Guedes.
Socorro a Bolsonaro e às vítimas de Brumadinho
Wajngarten foi o responsável pela aproximação entre Bolsonaro e executivos da Record, SBT e Rede TV!. Formado em direito e apaixonado por TV, foi representante no Brasil da GFK, empresa alemã que concorria com o Ibope no monitoramento da audiência televisiva. Dono da empresa Controle da Concorrência, o empresário é o presidente da Hadassah Brasil – hospital e instituto de pesquisa israelense.
Quando Bolsonaro sofreu a facada, em setembro, Wajngarten ajudou a intermediar o contato com o Hospital Albert Einstein. A aproximação com o presidente ocorreu antes da eleição. Ao lado do empresário Meyer Nigri, da Tecnisa, Wajngarten ajudou a reduzir resistências da elite paulistana a Bolsonaro.
O empresário também é um dos artífices da aproximação entre o presidente e o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu. Quando a barragem de Brumadinho (MG) rompeu, ligou diretamente para o embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, e sugeriu o envio de ajuda humanitária.
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