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Ex-presidente da Casa, Renan Calheiros (MDB-AL) sai na frente e é visto por muitos como predileto na disputa para a presidência do Senado | Marcos Oliveira/
Agência Senado
Ex-presidente da Casa, Renan Calheiros (MDB-AL) sai na frente e é visto por muitos como predileto na disputa para a presidência do Senado| Foto: Marcos Oliveira/ Agência Senado

Em uma disputa cheia de especulações, pelo menos seis nomes são cotados para assumir a presidência no Senado no ano que vem, apesar de a maioria esconder o interesse pelo cargo. O ex-presidente da Casa, Renan Calheiros (MDB-AL), sai na frente e é visto por muitos como predileto na disputa. Nos bastidores, porém, tem preferido cautela, ao menos publicamente. Renan nega ser candidato e lembra que já ocupou o cargo quatro vezes. "Há muitos outros nomes qualificados nos demais partidos que podem desempenhar muito bem esse papel. Também dentro do MDB", disse o senador.  

Nos bastidores, contudo, há quem relate ter recebido, ainda durante a campanha eleitoral, ligações do emedebista pedindo apoio na disputa para o cargo de comando da Casa. Segundo alguns senadores, Renan já faz até contas. "Ele me disse essa semana que tem por volta de 42 a 45 votos, já contando até com novos nomes", contou um parlamentar que foi reeleito para mais oito anos de mandato, mas ainda não decidiu se votará no colega. Mais uma vez, Renan Calheiros nega. "Não estou em campanha". 

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O senador é considerado um dos mais hábeis articuladores políticos do Congresso. Mas seu nome não é unanimidade. Ele foi absolvido da acusação de desvio de dinheiro no caso Mônica Veloso, porém é citado várias vezes em delações da Lava Jato, além de ser alvo de inquéritos do Supremo Tribunal Federal (STF). 

Outros nomes que querem se contrapor à candidatura de Renan

Pouco menos de três meses antes da eleição para o novo comando da Casa, a movimentação no plenário, nos corredores e nos gabinetes do Senado ainda é silenciosa. Mas intensa. 

Já existem articulações para se contrapor à candidatura de Renan. Um delas é no bloco liderado pelo PDT que, junto a Rede, PPS e PSB, deve formar uma frente de oposição. Cid Gomes (CE) tem sido ventilado como um nome factível desse grupo. 

Mas os 13 senadores do bloco podem se reunir também em torno da candidatura de Tasso Jereissati (PSDB-CE). Os tucanos não confirmam se vão lançar o senador na disputa. O PSDB não deve integrar o bloco de oposição liderado pelo PDT, mas tende a também se contrapor ao governo Bolsonaro. 

A reportagem não conseguiu contato com o senador Tasso. Senadores do PSDB, porém, dizem que o colega não nega, mas também não confirma se quer concorrer. 

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Outra movimentação já confirmada é no Podemos, do ex-presidenciável Alvaro Dias (PR). O senador está licenciado do Senado, mas retomará sua cadeira no ano que vem e, se depender do partido, entrará na disputa pela Presidência da Casa. Ele não está concedendo entrevistas, informou sua assessoria de imprensa. 

Em meio a tanta especulação, surge concorrência até dentro do MDB. A líder da legenda, Simone Tebet (MS), é também mencionada por alguns senadores como potencial candidata. Contudo, há quem diga que seu nome está sendo posto, somente, como "massa de manobra de Renan enquanto ele ganha tempo nas articulações de bastidores". 

Para outros senadores, Calheiros aproveita o período para testar sua viabilidade e, se achar que não consegue a Presidência, apoiar o nome com maior chances e assegurar, ao menos, o comando da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), considerada a mais importante da Casa. 

Grupo de Bolsonaro também se articula 

O grupo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) também se articula. Atualmente sem representação no Senado, o PSL elegeu quatro senadores para o próximo mandato e acredita na possibilidade de apoiar um nome do chamado centrão. Circula pelos corredores o nome do deputado Espiridião Amin (PP-SC), que retorna à Casa. Ele próprio, contudo, diz que nada está confirmado. "Não sei de nada. Se falam meu nome é sinal de prestígio e agradeço, mas ainda nem cheguei lá", disse. 

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Bolsonaro tem pedido calma aos correligionários na eleição das duas Casas. Prefere garantir o apoio da base nas propostas que vai precisar aprovar no Congresso a ter um nome seu na Presidência da Câmara ou do Senado. "O que eu conversei com o meu partido é de que poderíamos apoiar outro partido para angariar a simpatia de outras legendas para os nossos projetos", afirmou em coletiva na semana passada. 

Como será a eleição

A eleição para decidir quem vai ocupar a Presidência do Senado no próximo biênio ocorre no início de fevereiro de 2019. Diferente da Câmara, onde o processo é sempre acirrado, no Senado a disputa costuma ser mais tranquila, decidida nos bastidores e, na maior parte das vezes,  levada ao plenário apenas para formalidade. Em geral, o acordo é que a maior bancada ocupa a vaga. 

O MDB encolheu na eleição deste ano, mas segue como o maior partido na Casa – passou de 18 para 12 parlamentares. O presidente da legenda, senador Romero Jucá (RR), garante que o MDB não vai abrir mão da Presidência do Senado. "O partido não terá definição de nome para a presidência do Senado até meados de janeiro, mas queremos manter a presidência do Senado", disse pelo Twitter.

Ao que tudo indica, porém, na eleição do próximo ano deve haver, pelo menos, uma discussão sobre esse “acordo de cavalheiros”, como os próprios senadores costumam chamar a formalidade da eleição na Casa. “Vamos nos contrapor a isso. Nosso bloco terá 13 senadores, portanto, será maior que o MDB”, afirmou Randolfe Rodrigues (Rede-AP), do bloco formado por Rede, PDT, PPS e PSB. Esse argumento já foi derrubado em anos anteriores. 

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