• Carregando...
 | Daniel Castellano / Gazeta do Povo
| Foto: Daniel Castellano / Gazeta do Povo

O horário de verão pode provocar aumento na conta de luz nos próximos meses. Análises preliminares da atual temporada, iniciada em outubro de 2017, apontam que a economia de energia desejada com essa política pública acabou e que agora ela está causando, na verdade, um crescimento no consumo.

A continuidade do horário especial de verão ainda é uma incógnita. Os resultados da atual temporada serão analisados após o fim dela, em 17 de fevereiro, e apresentados em março ao presidente Michel Temer para que ele decida se essa política deve ou não ser mantida. 

Um estudo produzido por técnicos do Ministério de Minas e Energia concluído no dia 8 de janeiro e obtido pela Gazeta do Povo aponta que há “indicação de aumento do consumo de energia” nos primeiros meses da atual temporada. Essa maior demanda obriga as usinas hidrelétricas a gerarem mais energia, reduzindo sua reserva de água, importante para manter a eletricidade mais barata nos períodos secos. 

Leia também: “Eu me tornei o chato dentro da Embrapa”, diz sociólogo demitido por expor opinião

Ou seja, as primeiras indicações são de que o horário de verão está hoje ajudando a aumentar a conta de luz e não o contrário. Uma das possíveis causas desse efeito é o maior uso de ar condicionado. Como o horário de verão aumenta o tempo de incidência solar no final da tarde, os consumidores alongam o tempo em que os climatizadores ficam ligados, gastando mais energia. 

Em março, após o fim da temporada 2017/2018, os técnicos do governo deverão consolidar os dados da atual temporada para avaliar impactos energéticos e econômicos da manutenção do horário de verão. Esse levantamento será decisivo para o futuro do horário de verão.

Neste ano, o horário especial já foi encurtado, tendo como argumento a realização das eleições, em 2 e 30 de outubro. Em 15 de dezembro, Temer alterou a regra da medida e ela foi encurtada em duas semanas. 

A mudança não vale apenas para este ano, quando as eleições ocorrem no mesmo período. O decreto de Temer alterou a regra para todos os anos. Antes, o horário de verão entrava em vigor sempre no terceiro domingo de outubro, e agora começará a valer apenas no primeiro domingo de novembro. 

Os técnicos do governo avaliam ser pertinente o encurtamento do horário para atender pedido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a fim de evitar maior abstenção de votos nas eleições. 

O que mudou para o horário de verão deixar de ser necessário?

A mudança no perfil do consumo de energia dos brasileiros vem reduzindo a efetividade do horário de verão. Os quatro meses de duração da medida (outubro a fevereiro, até a temporada atual) geravam pouca economia, de apenas 0,5% de todo o consumo elétrico do país. 

A aplicação do horário de verão resultava em maior economia no passado, quando mais pessoas tinham um horário de trabalho tradicional, chegando em casa no início da noite e ligando a iluminação e aparelhos elétricos em seus lares e criando um pico de demanda. Hoje, o uso de equipamentos de ar condicionado durante o dia (em especial nas tardes ensolaradas e quentes de verão) mudou a curva de consumo, colocando o pico no período da tarde.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]