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 | Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo
| Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo

A energia solar segue em expansão no Brasil, trazendo mais geração de energia limpa e renovável, que ajuda a complementar a matriz elétrica brasileira. E a instalação de novas usinas solares fotovoltaicas também gera investimentos para o país: o Ministério de Minas e Energia estima que até 2021 serão gerados R$ 8 bilhões em investimentos nas 49 novas usinas solares que foram contratadas nos mais recentes leilões.

Em março, a fonte solar atingiu patamar recorde de 1.261 MW de capacidade instalada. Em comparação ao total da matriz brasileira, essa potência ainda é baixa e equivale a quase 1%. Porém, para chegar a esse montante de energia solar, a expansão em um ano foi de cerca de 1.300%, o que demonstra a evolução rápida que a fonte vem trilhando. 

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Preço da energia solar cai e impulsiona os investimentos

O preço cada vez mais baixo e competitivo da energia solar vem ajudando a catapultar a expansão da fonte. No leilão de abril, que contou com oferta das principais fontes renováveis, o preço médio da energia solar foi de R$ 118,07 pelo Megawatt hora (MWh).

Para comparar, as usinas eólicas venderam energia pelo preço de R$ 67,60; as pequenas centrais hidrelétricas venderam energia a R$ 198,12;  e os projetos de geração a biomassa de bagaço de cana venderam a R$ 198,94/MWh. 

Com mais investimentos, o setor da indústria de geração solar também deve gerar mais empregos. Cálculos da Associação Brasileira da Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) apontam que a cada MW instalado por ano, são gerados 25 a 30 empregos diretos no setor, em toda a cadeia. No mundo, quase 9 milhões de pessoas são empregadas no setor de geração elétrica fotovoltaica, segundo dados da International Renewable Energy Agency (Irena). 

A geração distribuída (que é feita pelo próprio consumidor ou fora de usinas solares, junto dos centros de consumo) tem contribuído para esse resultado. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel),  28 mil miniusinas em casas, comércios e indústrias estão em operação no país, com potência de 337 MW. 

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Ampliação da energia solar é necessária para cumprir meta sobre efeito estufa

A ampliação da energia solar na matriz energética é uma meta perseguida pelo governo federal para que o Brasil cumpra seu compromisso firmado no Acordo de Paris de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% (até 2025) e em 43% (até 2030). 

Apesar disso, a fonte deve ficar de fora dos próximos leilões deste ano, dada a grande contratação da fonte no leilão de abril. A energia solar poderá voltar a participar dos leilões de contratação de energia de prazo mais longo, se houver demanda para tal, segundo técnicos do governo. 

A indústria fotovoltaica cobra do governo que sejam contratados ao menos 2 mil MW ao ano da fonte, uma meta ousada. Até 2030, somando a geração em usinas e também direto do consumidor, a Absolar defende a definição de uma meta de ter 30 mil MW de energia solar no Brasil. Ou seja, 25 vezes mais do que existe atualmente. 

Nos últimos anos, tanto o governo federal, os governos estaduais e a Aneel tomaram medidas que facilitaram a expansão fotovoltaica no Brasil, como a mudança de regras tributárias na cobrança do ICMS na geração distribuída e a permissão para a criação de condomínios – em que o crédito de geração de uma unidade consumidora pode ser abatido na conta de luz de outra unidade (por exemplo, a energia gerada na casa de praia pode ajudar a reduzir a conta da casa na cidade de um mesmo consumidor). 

O setor pede que o governo inclua novos subsídios para estimular o setor, o que vai contra a visão da atual gestão do Ministério de Minas e Energia, que tem buscado reduzir os subsídios para trazer isonomia entre as os geradores e consumidores.

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