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| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

O juiz federal Marcos Josegrei, responsável pela Operação Carne Fraca, manteve, neste sábado (8), a prisão preventiva do médico veterinário Flavio Evers Cassou, da Seara, pertencente à JBS. O funcionário é investigado por “entregar dinheiro” aos fiscais do Ministério da Agricultura Daniel Gonçalves Filho e Maria do Rocio, apontados como líderes da organização criminosa que se instalou na pasta para defender os interesses de empresários do setor agropecuário em troca de propinas.

A operação, deflagrada no dia 17 de março, revelou um esquema de corrupção nas superintendências regionais do Ministério da Agricultura, nos estados de Minas Gerais, Goiás e Paraná, que envolvia fiscais federais e empresários dos maiores frigoríficos do país. De acordo com a PF, os agentes públicos investigados recebiam propinas para emitir certificados sanitários a carnes estragadas e adulteradas.

Em decisão que manteve Flávio Cassou preso preventivamente, o juiz Marcos Josegrei afirma que “livre”, o veterinário da JBS “certamente, trabalhará ativamente para destruir provas e, dadas as redes de contatos que possui em todas as áreas, atuar para inviabilizar o avanço das investigações”.

“É caso típico de reiteração criminosa que, evidentemente, não vai se estancar com outras medidas que não seja a de privação cautelar de liberdade. O risco para a saúde pública, para a ordem pública enfim é enorme e deve ser cessado de forma eficaz”, anota o magistrado.

Segundo investigações da Polícia Federal, o funcionário da JBS conversava com a fiscal do Ministério da Agricultura Maria do Rocio sobre “a entrega a ela de carnes, produtos alimentícios ou mesmo dinheiro, utilizando sempre ‘apelidos’ (balde, processo, dedos e luvas) para evitar falar diretamente a respeito do que seja pelo telefone.”

Para os investigadores, a partir da análise de uma série de diálogos grampeados, “fica claro que Flavio Evers Cassou leva produtos e dinheiro para Maria do Rocio.”

O juiz federal Marcos Josegrei constata ainda que o funcionário da JBS “chegou até a liberar cargas com o uso do acesso a sistemas internos do MAPA/PR, do qual tinha acesso com login e senha próprios, para atender aos interesses da Seara.”

Com a palavra, a JBS - A assessoria de imprensa da JBS informou, por telefone, que o comunicado enviado pela companhia representa todas as empresas do grupo. Entre empresas investigadas pela Operação Carne Fraca estão algumas de propriedade da JBS, como a Seara e a Big Frango.

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