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 | Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse na noite desta quinta-feira (24) que há indícios de que a greve dos caminhoneiros seja um locaute (quando uma paralisação é coordenada e incentivada por empresários do setor). Jungmann disse que se as informações sobre locaute forem comprovadas, o fato será investigado pela Polícia Federal. 

“No momento estamos ainda coligindo informações na área de inteligência. Agora, comprovada efetivamente a participação de locaute, e como isso de fato é ilegal, não é permitido porque atenta contra a economia, evidentemente vamos ter que tomar providências. Mas primeiro tenho que checar essas informações, torná-las de fato sólidas e consolidados para então poder acionar a Polícia Federal.”

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Segundo ele, as informações colhidas pelo setor de inteligência do governo indicam que a paralisação é “as duas coisas”, ou seja, greve e locaute. 

“É um locaute porque tem participação clara, vou te dar um exemplo [de que] há uma participação, anuência, apoio [de empresários]. Quando foi pedida escolta da Polícia Rodoviária Federal para poder liberar caminhões-pipa, de abastecimento, etc, o que acontecia? Nós mandávamos a Polícia Rodoviária Federal, mas as distribuidoras e transportadoras se negavam a fazer com que os seus motoristas guiassem aquelas cargas e aqueles caminhões”, afirmou.

“Não posso pegar alguém da Polícia Rodoviária Federal e fazer com que ele faça [a condução dos veículos]. Eles se negavam. E isso aconteceu em várias localidades em vários momentos, então isso, para mim, caracteriza de fato uma ação coordenada entre [motoristas] autônomos e também efetivamente empresas de distribuição e transportadoras”, acrescentou.

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Questionado sobre em quais localidades essas recusas dos motoristas foram registradas, Jungmann disse que “isso aconteceu em vários lugares”, mas que ele precisaria checar exatamente em quais lugares. “Mas isso me foi relatado, de vários episódios em vários lugares. Simplesmente chegava escolta da Polícia Rodoviária Federal e as distribuidoras e transportadoras se negavam a colocar o seu pessoal”, afirmou.

De acordo com o ministro, esses relatos lhe foram informados nesta quinta, mas “pode ter acontecido até outros dias, não sei”. 

Uso de força policial para desobstruir estradas

Indagado sobre eventual uso de força para liberar áreas vitais, como portos, Jungmann disse que não há nenhum plano neste sentido, mas que o governo está preparado para agir. “Não temos até aqui nenhuma solicitação para emprego de Forças Armadas. A Força Nacional está colaborando com a Polícia Rodoviária Federal, isso já está acontecendo”, afirmou, acrescentando que o governo enviou 120 homens da Força Nacional para Minas Gerais. 

“Agora, temos planos de contingência. Temos isso inteiramente delineado para qualquer necessidade e qualquer requisição que as autoridades venham a fazer.” Pouco antes de o Planalto anunciar acordo com as entidades para suspender a paralisação, Jungmann disse que o governo buscava “trégua”. 

“Apostamos em uma saída negociada, é o que todos queremos. O que eu digo é: havendo necessidade, o governo, o Estado, tem plano de contingência para evidentemente desobstruir e não permitir que esta situação crítica se agudize ainda mais. Se for trégua tudo bem, não tem problema.”

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