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 | Luis Macedo/ Agência Câmara
| Foto: Luis Macedo/ Agência Câmara

Na reunião da bancada religiosa da Câmara com o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, na semana passada, o tom subiu e os argumentos usados pelos parlamentares contra o apoio do governo a exposições de arte polêmicas foram pesados. Os próprios deputados gravaram e divulgaram alguns vídeos, mas nem tudo apareceu ali. 

Líder da bancada evangélica na Câmara, Hidekazu Takayama (PSC-PR) era o mais exaltado e indignado com o conteúdo das obras e quem mais cobrou do ministro. A certa altura do encontro, Takayama atacou servidores do Ministério da Cultura que atuam nessas áreas e disse que ali existem "enrustidos infiltrados". A Gazeta do Povo teve acesso ao áudio completo da reunião, sem trechos editados. 

Depois, afirmou que esses técnicos são "enrustidos" do governo anterior, da petista Dilma Rousseff. E que no Ministério da Educação também tem "enrustidos", mas detalhou, nesse caso, do que se tratava. 

"Estamos machucados. Dizem que isso é arte, mas para nós é pornografia. Epicurismo puro. Teoria da licenciosidade não serve para nós cristãos. Vamos lutar até a última consequência porque sabemos o que acontece hoje no Ministério da Cultura e no da Educação. É gente chamado enrustido infiltrado lá dentro", disse Takayama, que num momento da reunião, ameaçou deixar a sala e foi contido pelo próprio ministro. 

Os deputados foram cobrar do governo que não conceda benefícios da Lei Rouanet a esse "tipo" de exposição. As imagens mais polêmicas desses eventos foram a performance de um homem nu, no Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo, e de um quadro com a expressão "criança viada" na exposição Queermuseu, em Porto Alegre. 

Takayama foi procurado pela reportagem durante dois dias da semana, em várias ligações para seu gabinete, mas não retornou a ligação. 

“Casa de prostituição”

O deputado Gilberto Nascimento (PSC-SP) também usou termos pesados e disse que o dinheiro público, do benefício da Lei Rouanet, não pode financiar "casa de prostituição" onde as pessoas vão se "masturbar", se referindo às duas exposições. 

"Não passa de casa de prostituição. Se quer ir em casa de prostituição para se masturbar, que vá numa que seja privada. É público, com dinheiro público. Num local público não se faz isso", disse. 

No encontro, o ministro leu a minuta de um projeto de lei que estabelece classificação indicativa, impondo restrição de idade, para exposição com esse tipo de conteúdo.

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