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| Foto: EVARISTO SA/AFP

Em entrevista ao jornal espanhol El Mundo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que os eleitores da ex-presidente Dilma Rousseff se sentiram traídos após o ajuste fiscal promovido pela petista após as eleições de 2014.

Lula não disse que Dilma traiu seu eleitorado, como havia sido publicado anteriormente pelo próprio El Mundo e reproduzido pela maioria dos jornais brasileiros. O jornal espanhol também alterou o conteúdo do texto em sua versão online.

“As pessoas se sentiram traídas, porque não era aquilo que a gente tinha prometido durante a campanha”, afirmou Lula. O trecho do áudio em que o ex-presidente fala dos erros do governo Dilma foi disponibilizado pelo Instituto Lula.

O outro erro de Dilma, o primeiro, segundo o próprio Lula, foi ‘exagerar’ as políticas de desoneração fiscal para as grandes empresas. “Em 2014, saía mais dinheiro do que entrava”, afirmou o ex-presidente. “O ano de 2015 foi muito semelhante ao de 1999, quando Fernando Henrique Cardoso teve uma popularidade de 8% e o Brasil quebrou três vezes. Mas o presidente da Câmara era Michel Temer e ele o ajudou. Nós tivemos o Eduardo Cunha.”

Ao responder se estava arrependido por não ter disputado, Lula disse que não porque foi leal a Dilma. “Ela tinha direito de ser reeleita. Mas eu pensei nisso muitas vezes e eu sei que Dilma também. O que acontece é que eu não sou o tipo de pessoa que se arrepende”

Ao ser questionado sobre a hipótese de não concorrer, Lula disse que espera disputar a Presidência, mas que “ninguém é imprescindível”. “Existem milhares de Lulas.”

O ex-presidente falou ainda sobre o ex-ministro Antonio Palocci, que negocia acordo de delação premiada com a Lava Jato e afirmou, em depoimento ao juiz Sergio Moro, que Lula avalizou um “pacto de sangue” com a Odebrecht por supostas propinas ao PT.

Afirmou que Palocci fez uma delação sob pressão e que a única verdade em seu depoimento foi ter reconhecido que buscava o benefício da lei.

Sobre o presidente venezuelano Nicolás Maduro, disse que não dá nenhum apoio incondicional. “Defendo para a Venezuela o mesmo para o Brasil, que é cuidar de seus assuntos sem interferência externa.”

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