• Carregando...
No currículo de Maurício Valeixo está a prisão do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ), em outubro de 2016, em Brasília. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
No currículo de Maurício Valeixo está a prisão do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ), em outubro de 2016, em Brasília.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Não será a primeira vez que Sergio Moro e o delegado Maurício Valeixo vão enfrentar juntos a corrupção. No início dos anos 2000, quando se conheceram, o futuro diretor-geral da Polícia Federal trabalhava na delegacia de combate a entorpecentes no Paraná e o futuro ministro de Bolsonaro já era juiz federal na área criminal.

Nos 18 anos que se seguiram tiveram de lidar juntos com outros episódios grandes, o último deles a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em abril deste ano. O evento envolveu uma complexa operação, por se tratar de um político de tamanha popularidade.

Antes do ex-presidente, Valeixo já havia tido que lidar com outros figurões da política nacional. Às 5 horas de uma quarta-feira, há quase exatos três anos, o delegado, então número três da hierarquia da Polícia Federal, acompanhava a primeira grande operação sob sua responsabilidade. Leandro Daiello era o diretor-geral da PF na época.

LEIA TAMBÉM: Após repercussão negativa, Senado arquiva projeto que muda Lei da Ficha Limpa

Uma equipe da PF se dirigiu ao hotel Golden Tulip, em Brasília, para prender o líder do governo à época, o senador petista Delcídio do Amaral (MS), em novembro de 2015. Era a primeira vez desde a redemocratização, em 1985, que um senador era levado preso no exercício de seu mandato.

Valeixo chegou ao cargo de diretor de Combate ao Crime Organizado em setembro de 2015, o que lhe deu a oportunidade de chefiar praticamente todas as maiores operações contra a corrupção da PF. O delegado se construiu como chefe discreto, ganhou respeito dos subordinados por ser incentivador de investigações e por dar autonomia e respaldo às equipes.

No seu currículo está também a prisão do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ), em outubro de 2016, em Brasília. Naquele momento, o emedebista estava no mandato.

LEIA TAMBÉM: 40% dos partidos vão desaparecer. Veja quais siglas estão com os dias contados

Em 5 de setembro do ano passado, recebeu um telefonema do delegado Marlon Cajado, que o avisou que havia encontrado malas de dinheiro em um “bunker” atribuído ao ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB-BA), preso atualmente na Penitenciária da Papuda (DF).

Valeixo passou o dia ouvindo o “bolão” que os delegados promoveram na PF para tentar acertar quanto havia guardado no apartamento em Salvador – ao todo foram R$ 51 milhões.

Por fim, antes de deixar o cargo de número três de Daiello e assumir a delegacia da PF no Paraná, o diretor acompanhou uma das mais sensíveis investigações da polícia: as ações controladas dos executivos da JBS, que colocaram o presidente Michel Temer (MDB) na berlinda.

Valeixo foi duas vezes superintendente da PF no Paraná, foi diretor geral de Pessoal (de 2011 a 2012), diretor de Inteligência (de 2012 a 2013) e adido em Washington (EUA). A partir de janeiro, será o chefão da Polícia Federal do Brasil.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]