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 | André RodriguesGazeta do Povo
| Foto: André RodriguesGazeta do Povo

*Atualizado em 2 de março, às 13h42

Sob um esquema de segurança controlado pela Polícia Civil do Paraná e pela Secretaria de Estado de Segurança Pública, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou Curitiba no começo da manhã deste sábado para ir ao velório do neto Arthur Araújo Lula da Silva, de 7 anos, que faleceu nesta sexta-feira (1º), em decorrência de uma meningite bacteriana. Ele partiu rumo ao aeroporto de Congonhas, em São Paulo, em um avião emprestado pelo governo do Paraná. O pouso em Congonhas foi por volta das 8h30 e Lula chegou ao local do velório, em São Bernardo do Campo (SP), por volta das 11h. No início da tarde, o ex-presidente deixou o local para voltar para a prisão em Curitiba.

Fotos: Lula deixa a carceragem da PF para acompanhar velório do neto no ABC Paulista

O ex-presidente saiu da sede da Polícia Federal, no bairro Santa Cândida, por volta das 7 horas, sem algemas. No helicóptero da PF, seguiu para o Aeroporto do Bacacheri, de menor porte e a menos de 5 quilômetros da PF. Um forte esquema de segurança foi montado no aeroporto, onde um avião emprestado pelo governo do Paraná  já o esperava para seguir até o aeroporto de Congonhas. 

Veja também: Justiça autoriza saída de Lula da prisão para ir ao funeral do neto 

De Congonhas, Lula embarcou em helicóptero cedido pelo estado de São Paulo, da Polícia Militar, até um heliponto próximo a São Bernardo do Campo. Ao chegar no heliponto, por volta 10h30, Lula seguiu de carro até o local do velório. Ele estava escoltando por 26 agentes da polícia.

O ex-presidente chegou ao velório por volta das 11 horas. Ele foi autorizado a permanecer no local por uma hora e trinta minutos. Com isso, acompanhou o fim do velório e a cremação. Por volta das 13h15, o ex-presidente deixou o local para retornar para a prisão em Curitiba.

A cremação de Arthur estava marcada para 12h no cemitério Parque da Colina, em São Bernardo do Campo (SP), mesmo lugar em que aconteceu o velório. A avó do garoto, Marisa Letícia, morta em 2017, foi também cremada no Parque da Colina.

Ação de PM em velório incomoda familiares

O velório começou na noite de sexta-feira e seguiu durante a manhã deste sábado, com forte esquema de segurança.  Ao todo, seis PMs armados estão na capela onde o corpo do menino foi velado. Além disso, mais de dez viaturas estiveram no entorno do local e uma barreira foi montada na entrada do cemitério.

O forte esquema de segurança montado pela Polícia Militar de São Paulo causou incômodo à família de Lula. O deputado estadual Emídio de Souza e Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, conversaram com o comando da Polícia Militar no local pedindo que os agentes fossem menos ostensivos. O comandante da PM afirmou que o combinado era a entrada apenas de familiares e amigos da família. 

Apoiadores de Lula recebem ex-presidente

Porém, depois das reclamações da família, a PM decidiu mudar parte do esquema de segurança. Foi liberada a entrada de apoiadores do ex-presidente no cemitério Jardim da Colina. Eles, porém, não puderam entrar no local reservado ao velório. A PM também pediu que eles que não se manifestassem dentro do cemitério, em respeito a Lula e a sua família. 

Antes da liberação, dezenas de apoiadores se aglomeravam na entrada do cemitério para prestar solidariedade. Eles ficaram em silêncio na maior parte do tempo. A grande maioria também não trajava camisas ligadas a Lula ou ao PT, nem portava bandeiras.  

Os apoiadores de Lula se manifestaram apenas quando o ex-presente chegou ao local. Eles rezaram, aplaudiram, gritaram palavras de ordem, cantaram e pediram para ver o petista, que acenou para as dezenas de pessoas que se aglomeravam no cemitério. Os apoiadores rezaram um Pai-Nosso em seguida. 

Mais tarde, de dentro do crematório, uma pessoa chegou a pedir que os apoiadores fizessem silêncio para que Lula se despedisse do neto. Em seguida, Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, ao lado de Gleisi Hoffmann, explicou à militância que Lula não pode sair para fora do crematório. 

Okamotto também falou aos militantes que Lula não poderá falar com eles, uma condição imposta pela Justiça.

Como foi o velório

Familiares e amigos se despediram do menino num caixão branco aberto. À frente, foram colocados brinquedos, bola de futebol e um par de chuteiras. A sala estava repleta de coroas de flores, enviadas por políticos, membros da família, sindicatos e também pelo ditador da Venezuela, Nicolás Maduro.  

Apenas família e poucos políticos tiveram acesso a Lula dentro do crematório. Segundo relatos de pessoas que estiveram ali, Lula chorou compulsivamente ao entrar. Ele cumprimentou Dilma, Gleisi, Haddad e outros. 

O petista pôde circular pela sala onde está o caixão do neto e pela sala adjacente. A Polícia Federal proibiu o registro de imagens, vídeos e áudios, inclusive pela equipe de comunicação do PT.

Como foi o acordo para Lula ir ao velório

Assim que soube da notícia, a defesa do ex-presidente protocolou um pedido oficial à Justiça para que Lula pudesse comparecer ao velório do neto. A solicitação foi encaminhada à juíza Carolina Lebbos, responsável pela execução da pena do petista. No início da noite de sexta, ela autorizou oficialmente o transporte do presidente para o velório do neto.

Entenda: O que se sabe até agora sobre a saída temporária de Lula da prisão

Como parte do ‘acordo’ para a soltura temporária do ex-presidente, a defesa se comprometeu a não divulgar detalhes do trajeto do petista, tratando diretamente com a PF informações sobre o local do velório e do enterro. Tudo para evitar aglomerações de apoiadores, como as que ocorreram em janeiro, na ocasião do velório do irmão de Lula.

A militância também decidiu não fazer atos em frente à Polícia Federal a fim de “garantir todo o respeito e condições necessárias” para que “Lula tenha o direito de se despedir do neto querido”, segundo nota assinada pela Vigília Lula Livre.

Alarmes falsos

Ainda na sexta, por volta das 18 horas, um helicóptero da Polícia Civil do Paraná pousou na Superintendência da PF em Curitiba, onde permanece até a manhã deste sábado. Não houve confirmação se o ex-presidente embarcaria nele ou não.

Antes das 19 horas, três carros deixaram a PF um atrás do outro: uma Pajero e dois veículos sedan. Chegou-se a pensar que Lula estava em um destes veículos, já que havia a expectativa de ele sair de Curitiba na noite desta sexta para permanecer com familiares até este sábado (2), mas a informação é que ele permaneceu na PF.

  • Lula deixa a carceragem da PF em Curitiba para o velório do neto Arthur, de 7 anos, que morreu nesta sexta-feira (1)
  • Helicóptero da Polícia Civil levou Lula até o aeroporto do Bacacheri, em Curitiba, de onde o ex-presidente seguiu para São Paulo
  • Helicóptero da PF à espera do ex-presidente Lula, liberado pela Justiça para acompanhar velório do neto de 7 anos em São Bernardo do Campo
  • Lula deixa a carceragem da PF em Curitiba na manhã deste sábado (2) em direção ao velório do Neto no ABC Paulista
  • Lula deixa a carceragem da PF em Curitiba na manhã deste sábado (2) em direção ao velório do Neto no ABC Paulista
  • Ex-presidente Lula embarca em aeronave emprestada pelo governo do PR no aeroporto do Bacacheri, em Curitiba, na manhã desta sábado (2)
  • Ex-presidente Lula embarca em aeronave emprestada pelo governo do PR no aeroporto do Bacacheri, em Curitiba, na manhã desta sábado (2)
  • Ex-presidente Lula embarca em aeronave emprestada pelo governo do PR no aeroporto do Bacacheri, em Curitiba, na manhã desta sábado (2)
  • Lula na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, na saida para o velório do neto Arthur
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