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 | Luis Macedo/Câmara dos Deputados
| Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que os deputados não vão mais debater mudanças na chamada “regra de ouro” – medida que limita a capacidade da União de emitir dívidas em volume superior a investimentos.

A fala de Maia foi uma resposta imediata à declaração do ministro Henrique Meirelles (Fazenda), que disse na noite desta sexta (3) ser contra “a suspensão pura e simples” da regra de ouro.

“A declaração do ministro encerra o assunto. Não haverá debate da regra de ouro na Câmara”, disse Maia. “Não há necessidade pois Meirelles é contra”, completou o presidente da Câmara dizendo que a Casa precisa focar na aprovação da reforma da Previdência. “Se o governo quiser, apresente a PEC. A Câmara não vai discutir esse ano.”

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Maia disse a aliados que queria propor uma discussão sobre a estrutura de gastos do governo, o que levaria mais tempo, e poderia ser implementada a partir do ano que vem. Ainda segundo auxiliares do presidente da Câmara, foi a equipe econômica quem pediu que o debate fosse restrito à regra de ouro.

O discurso do ministro da Fazenda colide com uma PEC (proposta de emenda à constituição) para suspender temporariamente essas rédeas nos gastos públicos. A medida foi discutida pelo próprio Meirelles e Maia nesta quinta-feira (4), mas integrantes do governo avaliaram que sua repercussão foi negativa.

De autoria do deputado Pedro Paulo (MDB-RJ), que também participou da reunião na quinta (4), a PEC foi vista como manobra para evitar que Michel Temer e o presidente eleito em 2018 sejam acusados de crime de responsabilidade fiscal.

Nesta sexta (5), Meirelles disse que não gosta nem aprova a sugestão parlamentar de paralisar por alguns anos a norma constitucional.

“Acho é que precisamos criar mecanismos autorreguláveis: se houver quebra da regra de ouro, que isso seja imediatamente ajustado cortando despesas, subsídios, congelando gastos, de forma que a regra seja seguida”, disse o ministro.

Meirelles e Maia são cotados para disputar a Presidência da República este ano capitaneando um bloco de centro-direita que pode ter apoio do governo Temer.

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