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Montagem de submarino convencional no estaleiro e base naval da Marinha, em Itaguaí (RJ) | Tânia Rego/Agência Brasil
Montagem de submarino convencional no estaleiro e base naval da Marinha, em Itaguaí (RJ)| Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

O primeiro de uma frota de cinco novos submarinos da Marinha do Brasil entra no mar pela primeira vez nesta sexta-feira (14). Chamado de S-40 Riachuelo, trata-se de um submarino convencional de propulsão diesel-elétrica e de tecnologia francesa, transferida e parcialmente modificada por especialistas brasileiros. A previsão era que ele tivesse ficado pronto em 2016, mas a conclusão da embarcação atrasou dois anos devido a restrições orçamentárias.

O lançamento do S-40 Riachuelo começou por volta das 9h30 desta sexta, no Complexo Naval de Itaguaí, litoral sul do Rio de Janeiro. O presidente Michel Temer (MDB) e o eleito Jair Bolsonaro (PSL) estiveram presentes no evento, além de outras autoridades.

O projeto de cinco novos submarinos

O Riachuelo é o primeiro submarino a ficar pronto dentro do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) da Marinha. O programa, que começou há dez anos, tem como meta a a produção de cinco submarinos: quatro convencionais, mas de tecnologia avançada, da classe Scorpéne e de propulsão por motores diesel-elétricos. Eles já têm nome: Riachuelo, Humaitá, Tonelero e Angostura. Os três últimos devem ser lançados até 2022. Já o quinto submarino previsto será movido por energia nuclear. Ele pesará 6 mil toneladas e deve ser concluído até 2029.

O investimento, ao longo de 20 anos, em todo o projeto, vai bater em R$ 37 bilhões.

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O submarino Riachuelo

O Riachuelo tem 75 metros e pesa 2,2 mil toneladas. É alto como um prédio de quatro andares com grande poder de fogo – lançadores de torpedos de 533 mm, mísseis antinavio e dispositivos para minagem.

Apesar da sua inauguração nesta sexta, ele ainda terá pela frente dois anos de testes e provas de mar. Vai ter de fazer, agora, algumas coisas que não repetirá em operação, como navegar à velocidade máxima por muitas horas– acima de 37 km/hora submerso, 22 km/hora na superfície –, a grandes distâncias; emergir em ângulo vertical agudo, submergir em condição crítica. “Viverá” batalhas e cercos virtuais de combate. Fará disparos de todas as suas armas e ensaiará a saída e o resgate de times de mergulhadores de combate.

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Haverá exercícios de incêndio, de naufrágio e de ações furtivas dedicadas à inteligência. O jogo de gato e rato do ataque contra inimigos e da defesa contra inimigos passará a fazer parte da rotina diária. O mergulho no limite de segurança de 350 metros terá de ser superado até um ponto que é considerado informação secreta. Só depois disso tudo o S-40 poderá cumprir a missão para a qual foi destinado – o controle das águas oceânicas de interesse do país.

Prosub

Em 2016, a Procuradoria Geral da República (PGR) determinou investigações sobre um possível superfaturamento de R$ 2,8 bilhões no projeto Prosub. A Marinha nega, e destaca que “não conhece qualquer irregularidade” nos contratos firmados com a Odebrecht Defesa e Tecnologia, parceira brasileira do Naval Group, francês. As obras são acompanhadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e por peritos da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Frota atual

Atualmente, a Marinha já tem uma frota de cinco submarinos. Quatro são da classe Tupi, de tecnologia alemã, comprados nos anos 1970. O quinto, chamado de Tikuna, é de concepção dos engenheiros do estaleiro da Ilha das Cobras, no Rio.

Toda a flotilha atual precisa passar por procedimentos de revitalização. Porém, não há informações sobre o estado das atuais unidades, que têm 30 anos em média. A única informação disponível é que o projeto original do Scórpene, um dos submarinos na ativa da Marinha, foi modificado para atender necessidades brasileiras. O submarino cresceu cerca de cinco metros e ganhou cerca de 400 toneladas.

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